São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Com prejuízos de empresas,
Bolsa cai 2%

Na semana, Bolsa sofreu depreciação de 4,28%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Prejudicada pelo mau desempenho das ações de exportadoras, a Bovespa encerrou o último pregão da semana com desvalorização de 2,02%.
Após a Sadia divulgar, na quinta, prejuízos decorrentes da apreciação cambial, os investidores passaram a se questionar se outras empresas não estariam suscetíveis a perdas similares. Em conseqüência disso, a Bovespa se isolou do mercado acionário americano, onde o índice Dow Jones terminou com ganhos de 1,10%.
Com as quedas acentuadas de Sadia PN (que caiu 35,48%), Aracruz PNB (-16,76%) e VCP PN (-10,65%), a Bovespa operou no vermelho durante todo o pregão. Em seu momento mais fraco, o índice Ibovespa recuou 3,72%.
Os mercados encerraram a semana à espera da aprovação do pacote de ajuda às instituições financeiras criado pelo governo Bush. Se nada for concretizado no fim de semana, a expectativa é que a segunda seja de bastante instabilidade.
"Internamente, a sexta-feira reservou uma surpresa negativa. As dificuldades enfrentadas por Sadia e Aracruz em operações cambiais por conta da recente valorização do dólar pesaram negativamente no cenário local, com o receio de que outras empresas exportadoras apresentassem perdas semelhantes", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
Como os papéis das companhias de maior peso na composição do Ibovespa (que agrupa as 66 ações de maior liquidez) também recuaram, a Bolsa não esboçou reação ontem. A ação preferencial da Petrobras fechou em baixa de 1,71%.
Ao encerrar o pregão aos 50.782 pontos, a Bolsa está com desvalorização mensal de 8,8% e de 20,5% no ano.
O resultado da Bolsa de Valores de São Paulo na semana foi desanimador: o Ibovespa teve forte perda de 4,28% na semana, com 44 de suas 66 ações em baixa no período.
Diferentemente do que muitos temiam, não foram os bancos brasileiros os primeiros a sofrerem diretamente os efeitos da crise internacional. Além das perdas sofridas, as empresas trouxeram o alerta do quanto pode ser perigosa uma gestão de riscos feita de forma inadequada, especialmente em um momento de prolongada e profunda crise.
"Após os prejuízos da Sadia devido à variação do câmbio, começou-se a especular sobre quais outras empresas poderiam estar atravessando problemas similares e que podem ser apresentados a qualquer momento. Nesses momentos de decepção e incertezas, ocorre muita venda de ação mesmo", afirma Charles Philipp, diretor da corretora SLW.


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