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Com prejuízos de empresas, Bolsa cai 2%
Na semana, Bolsa sofreu depreciação de 4,28%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Prejudicada pelo mau desempenho das ações de exportadoras, a Bovespa encerrou o
último pregão da semana com
desvalorização de 2,02%.
Após a Sadia divulgar, na
quinta, prejuízos decorrentes
da apreciação cambial, os investidores passaram a se questionar se outras empresas não
estariam suscetíveis a perdas
similares. Em conseqüência
disso, a Bovespa se isolou do
mercado acionário americano,
onde o índice Dow Jones terminou com ganhos de 1,10%.
Com as quedas acentuadas
de Sadia PN (que caiu 35,48%),
Aracruz PNB (-16,76%) e VCP
PN (-10,65%), a Bovespa operou no vermelho durante todo
o pregão. Em seu momento
mais fraco, o índice Ibovespa
recuou 3,72%.
Os mercados encerraram a
semana à espera da aprovação
do pacote de ajuda às instituições financeiras criado pelo governo Bush. Se nada for concretizado no fim de semana, a expectativa é que a segunda seja
de bastante instabilidade.
"Internamente, a sexta-feira
reservou uma surpresa negativa. As dificuldades enfrentadas
por Sadia e Aracruz em operações cambiais por conta da recente valorização do dólar pesaram negativamente no cenário local, com o receio de que
outras empresas exportadoras
apresentassem perdas semelhantes", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP
Investimentos.
Como os papéis das companhias de maior peso na composição do Ibovespa (que agrupa
as 66 ações de maior liquidez)
também recuaram, a Bolsa não
esboçou reação ontem. A ação
preferencial da Petrobras fechou em baixa de 1,71%.
Ao encerrar o pregão aos
50.782 pontos, a Bolsa está com
desvalorização mensal de 8,8%
e de 20,5% no ano.
O resultado da Bolsa de Valores de São Paulo na semana foi
desanimador: o Ibovespa teve
forte perda de 4,28% na semana, com 44 de suas 66 ações em
baixa no período.
Diferentemente do que muitos temiam, não foram os bancos brasileiros os primeiros a
sofrerem diretamente os efeitos da crise internacional. Além
das perdas sofridas, as empresas trouxeram o alerta do quanto pode ser perigosa uma gestão de riscos feita de forma inadequada, especialmente em um
momento de prolongada e profunda crise.
"Após os prejuízos da Sadia
devido à variação do câmbio,
começou-se a especular sobre
quais outras empresas poderiam estar atravessando problemas similares e que podem
ser apresentados a qualquer
momento. Nesses momentos
de decepção e incertezas, ocorre muita venda de ação mesmo", afirma Charles Philipp,
diretor da corretora SLW.
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