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Crise deve ter efeito benéfico, afirma Agnelli
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Um menor crescimento da
economia americana nos próximos anos, sem que haja recessão, será benéfica para o
equilíbrio da demanda e da
oferta no mundo, disse ontem o
presidente da Vale, Roger Agnelli. Ele avaliou que é necessária uma "calmaria", já que o forte crescimento em diversas regiões, como vinha sendo observado nos últimos tempos, provocava gargalos logísticos.
"O que está acontecendo até
aqui é que está se tirando um
pouco do excesso de espuma
que se tinha. Está tirando o colarinho, vai ficando o chope puro. Ajustando demanda e oferta, e liquidez do outro lado.
Com as economias americana,
européia, da Ásia e América Latina crescendo ao mesmo tempo, claramente é impossível
atender, porque todas as logísticas de todos os países estavam
no gargalo", disse.
Agnelli falou que os mercados emergentes passarão pela
crise sem grandes turbulências,
em razão da demanda local forte e da menor dependência dos
Estados Unidos, principalmente por parte da China.
A menor demanda americana e européia ajustará a forte
pressão por matérias-primas, e
as economias emergentes poderão crescer sem inflação, ressaltou o executivo.
"Se os Estados Unidos se
acalmarem e não crescerem
tanto quanto vinham crescendo, sem ficar em recessão, mas
num crescimento baixo, acho
que dá espaço para outras economias continuarem crescendo sem inflação." Para ele, a
economia dos EUA levará mais
dois anos para sair da crise.
O cenário turbulento terá
efeito no lado real das economias de todo o mundo, mas
que, segundo Agnelli, não é nada que não possa ser administrado, principalmente diante
do crescimento em outras regiões que compensam os ajustes no mercado americano.
Em relação a possíveis movimentações no mercado de mineração, Agnelli disse que pouca coisa muda. A Vale continua
avaliando opções de compra, e
segundo ele, está numa situação boa e capitalizada.
Sobre os planos da Vale para
o Brasil, Agnelli destacou que a
intenção é ampliar os investimentos. Para ele, deve-se ter
calma e tranqüilidade, já que as
coisas "vão bem" no país.
"O mundo continua, e nós vamos passar por isso. Vamos ter
que passar por isso. Aqui no
Brasil as coisas estão bem, a demanda interna é forte, investimentos acontecem. Pelo lado
da Vale, devemos aumentar os
investimentos da companhia,
estamos supertranqüilos e otimistas. O que vier, a Vale está
pronta", frisou.
China
Agnelli disse ontem que a
ameaça por parte de siderúrgicas chinesas de interrupção das
importações de minério de ferro produzido pela empresa não
passa de "oba-oba". O executivo ressaltou que a Vale é o principal fornecedor da matéria-prima para a China, e caso os
embarques sejam suspensos, o
setor siderúrgico local pára.
"Vamos ser sinceros. Isso tudo é muito oba-oba. Baixa a bola, as coisas andam com naturalidade, com tranqüilidade",
afirmou, no lançamento do relatório de sustentabilidade da
companhia de 2007.
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