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Dólar sobe para R$ 1,85 mesmo com nova intervenção do BC
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de câmbio viveu
um dia mais tenso ontem. Tanto que, mesmo com a atuação
do Banco Central, o dólar registrou apreciação de 1,59% e encerrou vendido a R$ 1,851.
No fim da manhã, o BC foi a
mercado e leiloou US$ 500 milhões em sua segunda intervenção no câmbio desde que o dólar superou os R$ 1,96, na quinta passada. Na operação de ontem, todo o lote foi absorvido.
Com valorização de 1,09% na
semana, a moeda norte-americana acumula agora alta de
13,2% em setembro. O câmbio
tem sofrido pressão nas últimas semanas devido ao desaparecimento das linhas de crédito
para o comércio exterior e à
maior especulação por parte de
instituições e investidores que
não contam com o fortalecimento do real tão cedo -ao
menos não a ponto de se aproximar de mínimas recentes.
O dólar iniciou o mês de
agosto em torno de R$ 1,56. Segundo a última pesquisa Focus,
realizada semanalmente pelo
BC com cem bancos, o dólar deve encerrar 2008 em torno de
R$ 1,70. Ou seja, abaixo da atual
cotação, porém bem acima de
seu piso do ano.
"Se o BC não tivesse atuado
[ontem], a moeda teria encerrado bem acima do que fechou", afirma José Roberto
Carrera, diretor da Fair corretora. "Desde que a crise não se
agrave, o dólar deve ficar oscilando entre R$ 1,80 e R$ 1,85.
Dólar abaixo de R$ 1,60, como
víamos há não muito tempo, virou sonho", diz Carrera.
Uma das formas de constatar
a elevação das apostas do mercado de que a moeda americana
não deve se depreciar tão cedo
são as chamadas "posições
compradas" em dólar, resultantes de operações realizadas
na BM&F. Na primeira semana
do mês, os investidores estrangeiros registravam uma posição líquida comprada em torno
de US$ 900 milhões. Já nesta
quinta-feira, essa posição estava em US$ 4,04 bilhões. Quanto maior a posição comprada
em dólar, mais se confia na alta
da moeda americana.
Juros menores
As taxas futuras de juros acabaram por encerrar a semana
em patamares mais baixos na
BM&F. A taxa do contrato DI
que vence em janeiro de 2010, o
mais negociado do pregão da
BM&F, recuou de 14,83% para
14,66% na semana.
(FV)
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