São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Dólar sobe para R$ 1,85 mesmo com nova intervenção do BC

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de câmbio viveu um dia mais tenso ontem. Tanto que, mesmo com a atuação do Banco Central, o dólar registrou apreciação de 1,59% e encerrou vendido a R$ 1,851.
No fim da manhã, o BC foi a mercado e leiloou US$ 500 milhões em sua segunda intervenção no câmbio desde que o dólar superou os R$ 1,96, na quinta passada. Na operação de ontem, todo o lote foi absorvido.
Com valorização de 1,09% na semana, a moeda norte-americana acumula agora alta de 13,2% em setembro. O câmbio tem sofrido pressão nas últimas semanas devido ao desaparecimento das linhas de crédito para o comércio exterior e à maior especulação por parte de instituições e investidores que não contam com o fortalecimento do real tão cedo -ao menos não a ponto de se aproximar de mínimas recentes.
O dólar iniciou o mês de agosto em torno de R$ 1,56. Segundo a última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo BC com cem bancos, o dólar deve encerrar 2008 em torno de R$ 1,70. Ou seja, abaixo da atual cotação, porém bem acima de seu piso do ano.
"Se o BC não tivesse atuado [ontem], a moeda teria encerrado bem acima do que fechou", afirma José Roberto Carrera, diretor da Fair corretora. "Desde que a crise não se agrave, o dólar deve ficar oscilando entre R$ 1,80 e R$ 1,85. Dólar abaixo de R$ 1,60, como víamos há não muito tempo, virou sonho", diz Carrera.
Uma das formas de constatar a elevação das apostas do mercado de que a moeda americana não deve se depreciar tão cedo são as chamadas "posições compradas" em dólar, resultantes de operações realizadas na BM&F. Na primeira semana do mês, os investidores estrangeiros registravam uma posição líquida comprada em torno de US$ 900 milhões. Já nesta quinta-feira, essa posição estava em US$ 4,04 bilhões. Quanto maior a posição comprada em dólar, mais se confia na alta da moeda americana.

Juros menores
As taxas futuras de juros acabaram por encerrar a semana em patamares mais baixos na BM&F. A taxa do contrato DI que vence em janeiro de 2010, o mais negociado do pregão da BM&F, recuou de 14,83% para 14,66% na semana. (FV)



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