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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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ESPETÁCULO EM XEQUE

Indicador da Fiesp mostra produção e venda maiores em outubro na comparação com setembro

Indústria de SP inicia 4º trimestre em alta

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria do Estado de São Paulo cresceu 1,3% em outubro em relação ao mês anterior, o que levou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a revisar a estimativa de crescimento do setor para 2003.
Na comparação com igual mês do ano passado, o INA (Indicador do Nível de Atividade) do setor produtivo paulista subiu 1%.
É expansão (1,3%) em cima de expansão, uma vez que em setembro os dados haviam sido positivos -expressiva alta de 6% em relação a agosto. Como consequência desses novos resultados positivos na produção e nas vendas da indústria paulista, a direção da Fiesp reviu, após meses, a sua previsão de crescimento do setor para 2003. E anunciou a expectativa de que o INA tenha resultado zero neste ano, ou, em outras palavras, que o setor tenha desempenho estável.
"Devemos ficar no zero a zero ou bem próximo disso. Isso pode ocorrer por conta de uma estimativa positiva, de que a indústria paulista cresça de 5% a 5,5% no quarto trimestre, em relação ao terceiro trimestre", diz Clarice Messer, diretora do departamento de economia da Fiesp.
As estimativas sobre o desempenho industrial têm sofrido algumas revisões em 2003. No começo do ano, falava-se em uma ligeira alta de até 1,5%. A partir de abril, no entanto, a federação percebeu que a expansão não ocorreria como o previsto. No mês passado, a entidade já contava com uma queda na atividade de até um 1% em 2003, e, agora, ela já começa a prever estabilidade.

Sustentabilidade
Há dúvidas de que os bons números em outubro, assim como um bom resultado no quarto trimestre, se repitam em 2004. Ou seja, que uma expansão seja sustentável, como já afirmou nesta semana o próprio presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva.
O que se vê é reflexo do bom humor da economia pré-Natal, que pode ter um efeito temporário, afirma Messer.
De acordo com os dados anunciados ontem, se a produção industrial paulista cresceu 1,3% em outubro sobre setembro, as vendas reais -das fábricas para as lojas- se expandiram 3,5% no período. A capacidade instalada, no entanto, caiu. Essa diferença de ritmos pode acontecer.
Isso porque a procura por mercadorias até cresce a partir de outubro, mas os pedidos podem ser atendidos com o volume em estoque. Não é produção nova, necessariamente. Então as vendas se expandem, mas o ritmo de fabricação não cresce tanto.
Segundo a Fiesp, ainda existem estoques acumulados de meses passados -quando o consumo minguou devido à queda na renda do brasileiro-, que estão sendo desovados em alguns setores.
A Fiesp informa que todos os setores (com exceção de alimentos e mobiliário) analisados pela federação tiveram aumento nas vendas em outubro em relação a setembro.
Entre eles estão mecânico, material de transporte, têxtil, entre outros. No entanto, no caso de alimentos, como o segmento atende em grande parte mercado doméstico e depende de aumento na renda interna para crescer, seu desempenho foi negativo (-2,9%) no período.


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