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ESPETÁCULO EM XEQUE
Indicador da Fiesp mostra produção e venda maiores em outubro na comparação com setembro
Indústria de SP inicia 4º trimestre em alta
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria do Estado de São
Paulo cresceu 1,3% em outubro
em relação ao mês anterior, o que
levou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a
revisar a estimativa de crescimento do setor para 2003.
Na comparação com igual mês
do ano passado, o INA (Indicador
do Nível de Atividade) do setor
produtivo paulista subiu 1%.
É expansão (1,3%) em cima de
expansão, uma vez que em setembro os dados haviam sido positivos -expressiva alta de 6% em
relação a agosto. Como consequência desses novos resultados
positivos na produção e nas vendas da indústria paulista, a direção da Fiesp reviu, após meses, a
sua previsão de crescimento do
setor para 2003. E anunciou a expectativa de que o INA tenha resultado zero neste ano, ou, em outras palavras, que o setor tenha
desempenho estável.
"Devemos ficar no zero a zero
ou bem próximo disso. Isso pode
ocorrer por conta de uma estimativa positiva, de que a indústria
paulista cresça de 5% a 5,5% no
quarto trimestre, em relação ao
terceiro trimestre", diz Clarice
Messer, diretora do departamento de economia da Fiesp.
As estimativas sobre o desempenho industrial têm sofrido algumas revisões em 2003. No começo do ano, falava-se em uma ligeira alta de até 1,5%. A partir de
abril, no entanto, a federação percebeu que a expansão não ocorreria como o previsto. No mês passado, a entidade já contava com
uma queda na atividade de até um
1% em 2003, e, agora, ela já começa a prever estabilidade.
Sustentabilidade
Há dúvidas de que os bons números em outubro, assim como
um bom resultado no quarto trimestre, se repitam em 2004. Ou
seja, que uma expansão seja sustentável, como já afirmou nesta
semana o próprio presidente da
Fiesp, Horacio Lafer Piva.
O que se vê é reflexo do bom humor da economia pré-Natal, que
pode ter um efeito temporário,
afirma Messer.
De acordo com os dados anunciados ontem, se a produção industrial paulista cresceu 1,3% em
outubro sobre setembro, as vendas reais -das fábricas para as lojas- se expandiram 3,5% no período. A capacidade instalada, no
entanto, caiu. Essa diferença de ritmos pode acontecer.
Isso porque a procura por mercadorias até cresce a partir de outubro, mas os pedidos podem ser
atendidos com o volume em estoque. Não é produção nova, necessariamente. Então as vendas se
expandem, mas o ritmo de fabricação não cresce tanto.
Segundo a Fiesp, ainda existem
estoques acumulados de meses
passados -quando o consumo
minguou devido à queda na renda do brasileiro-, que estão sendo desovados em alguns setores.
A Fiesp informa que todos os
setores (com exceção de alimentos e mobiliário) analisados pela
federação tiveram aumento nas
vendas em outubro em relação a
setembro.
Entre eles estão mecânico, material de transporte, têxtil, entre
outros. No entanto, no caso de alimentos, como o segmento atende
em grande parte mercado doméstico e depende de aumento na
renda interna para crescer, seu
desempenho foi negativo (-2,9%)
no período.
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