São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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LEGISLAÇÃO

Diagnóstico é do governo

"Spread" bancário não cai com Lei de Falências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A aprovação da nova Lei de Falências não garante a queda do "spread" bancário (diferença entre a taxa básica de juros e as taxas de empréstimo aos clientes). A conclusão é de integrantes do próprio governo, que ontem admitiram falhas no texto atual.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, e o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, explicaram a nova lei aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos.
Um dos efeitos esperados da nova lei é a redução do "spread", na medida em que há uma tentativa de evitar a falência, recuperando a empresa em dificuldades.
Além disso, mudanças no código tributário vão colocar os débitos tributários, antes prioritários, em pé de igualdade com os débitos bancários, por exemplo. Mas Goldberg explicou que há outros problemas a serem resolvidos, como a competição bancária. "Bancos são grandes supermercados financeiros. Há produtos que não concorrem porque é difícil para o consumidor trocar de banco."
Em relação às novas regras da Lei de Falências, Lisboa afirmou que o texto pode ser aperfeiçoado para incluir um limite para o pagamento dos direitos trabalhistas dos dirigentes de empresa falida. Além disso, admitiu que a redação de um dos artigos dá a entender que os débitos com garantia real (ativos) teriam preferência sobre os créditos trabalhistas.
Os senadores criticaram o fato de o texto não dar um prazo para que seja enviado o projeto sobre a reestruturação das dívidas tributárias das empresas em dificuldades. Deverá ser criado um parcelamento especial nesses casos.
Como exemplo de empresa que seria beneficiada com a nova lei, Goldberg citou o caso da Parmalat. Segundo ele, a empresa é saudável no Brasil e agora tem que provar que é diferente da matriz para evitar uma corrida aos bens.


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