São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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Vale pode anunciar oferta pela Xstrata nesta semana

Empresa consegue US$ 50 bi de bancos, diz jornal

DA REDAÇÃO

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, está prestes a revelar a proposta de aquisição da anglo-suíça Xstrata, avaliada em mais de US$ 80 bilhões, afirmou um jornal britânico ontem.
O "Observer" afirmou, sem citar fontes, que um acordo pode ser anunciado nesta semana e que a Vale daria metade do capital em dinheiro e o restante em ações preferenciais.
Em valor de mercado, estimado em US$ 122 bilhões, a Vale é a segunda mineradora do mundo. A primeira no ranking, a australiano-britânica BHP Billiton, prepara oferta pela rival Rio Tinto. Por isso, a Vale estaria avançando sobre a Xstrata, que tem ações negociadas na Bolsa de Londres.
Se os dois negócios se materializarem, a mineração contará com duas "gigantes" com posição de destaque em recursos cruciais -como a exploração de ferro, cobre e alumínio.

Prazos
A BHP tem até 6 de fevereiro para apresentar uma oferta formal pela Rio Tinto ou se retirar do negócio, segundo determinou o órgão regulador de aquisições do Reino Unido. A Rio Tinto rechaçou, em novembro do ano passado, uma proposta da BHP por avaliar que a companhia não tinha as suas perspectivas de negócios avaliadas da melhor forma.
Em outra reportagem ontem, o "Sunday Times" afirmou que a Vale conseguiu um pacote de financiamento de US$ 50 bilhões com um grupo de grandes bancos depois que seu diretor de finanças, Fábio Barbosa, se reuniu com representantes de 12 instituições financeiras na semana passada em Londres.
O HSBC está liderando um consórcio que incluiria Santander, BNP Paribas, Lehman Brothers, Credit Suisse e Citigroup, segundo a reportagem.
A Vale confirmou na semana passada que estava em negociações com a Xstrata, mas alertou de que a turbulência nos mercados globais apresentavam um obstáculo significativo.

Governo
A empresa também precisará vencer as resistências no governo brasileiro. Auxiliar direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à Folha na semana passada que as restrições do governo à possibilidade de a Vale comprar a Xstrata se devem ao receio da repetição do "efeito AmBev". O governo teme que o negócio seja o primeiro passo para que o centro de decisão da empresa se transfira do Brasil para o exterior.
Criada em 1999, a AmBev resultou da fusão de Antarctica e Brahma. Em 2004, a AmBev se fundiu com o grupo belga Interbrew, e a Europa passou a ditar os rumos da companhia.


Com agências internacionais


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