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SAÍDAS PARA CRISE
Especuladores tramam contra o país, diz presidente do Senado
Governo já prepara novas medidas, afirma ACM
da Sucursal de Brasília
O presidente
do Congresso
Nacional, senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA),
disse ontem que
o governo vai
adotar novas medidas para reverter a crise financeira por que passa
o país.
"Agora é esperar a racionalidade
do mercado e as outras medidas
que o governo ainda vai adotar para que possamos sair dessa crise."
ACM afirmou que não houve
reação positiva do mercado às medidas do ajuste fiscal aprovadas
pelo Congresso porque "os especuladores estão tramando contra o
país". Ele voltou a dizer que o mercado é "irracional".
"Eu acredito que o governo, mais
cedo ou mais tarde, vai tomar uma
posição mais forte contra eles (os
especuladores)." Anteontem, enquanto o presidente do Banco
Central, Francisco Lopes, era sabatinado pela Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado, ACM bradava "morte aos especuladores".
A equipe econômica não confirma a adoção de novas medidas.
Nem na área fiscal nem na política
cambial. O discurso da equipe de
Pedro Malan (Fazenda) é que o governo manterá o câmbio flutuante
e uma política monetária austera,
fazendo os ajustes necessários a
cada momento, como a alta das taxas de juros de ontem.
Ontem, o governo ganhou o reforço do economista André Lara
Rezende, que voltará a atuar como
assessor especial do presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Apontado como uma das alternativas para o Ministério da Fazenda caso Malan deixe o cargo,
Lara Rezende retornou de Paris
para auxiliar a equipe econômica
no combate à crise cambial.
O ex-presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) reuniu-se ontem à tarde com Malan.
Além dele, outro economista cotado para assumir um posto no governo esteve ontem no Ministério
da Fazenda: Armínio Fraga. Ele
pode voltar a ocupar uma diretoria
no Banco Central.
Crise passageira
O senador Antonio Carlos Magalhães disse ainda considerar que a
"crise é passageira", mas "infelizmente está sendo contagiada pelos
boateiros e por aqueles que não
querem ver o país no caminho certo".
As afirmações foram feitas após a
aprovação do Orçamento da
União para 99 pelo Congresso Nacional (sessão conjunta da Câmara
e do Senado). Ele disse que a aprovação do Orçamento é mais uma
"peça" para que o problema do
país seja resolvido.
"Isso não quer dizer que o Orçamento vai resolver os problemas
do país", afirmou.
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