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Bancos federais ganham R$ 24,4 bi sob Lula
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O lucro dos bancos controlados pelo governo federal disparou durante o primeiro mandato de Lula. Depois de registrar
prejuízos bilionários nos anos
90, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal acumularam, juntos, ganhos de R$ 24,4
bilhões entre 2003 e 2006.
Os valores foram atualizados
pelo IPCA. Levantamento da
consultoria Economática mostra que o lucro dos bancos privados também cresceu, mas
não na velocidade observada no
BB e na Caixa.
Isso se explica, em boa parte,
pelos programas de reestruturação de bancos públicos conduzidos ao longo do governo
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002). Nesse período, o
Tesouro fez duas grandes injeções de recursos nas instituições controladas pelo governo:
em valores da época, o BB recebeu R$ 8 bilhões em 1996, e a
Caixa, R$ 9,4 bilhões em 2001.
Em ambos os casos, o dinheiro do governo serviu para cobrir perdas causadas por créditos podres que se acumulavam
nas carteiras dos bancos -os
calotes sofridos pelo BB e pela
Caixa acabaram sendo assumidos pelo Tesouro.
Depois de toda essa ajuda, os
bancos públicos já conseguem,
hoje, alcançar resultados semelhantes aos obtidos pelos privados, o que não acontecia até alguns anos atrás. Na primeira
parte do governo FHC (1995-1998), por exemplo, só o BB
acumulou prejuízo de R$ 20,8
bilhões -já atualizados pela inflação. Nesse período, o Bradesco ganhou R$ 6 bilhões.
No segundo governo FHC
(1999-2002), quem mais perdeu foi a Caixa, com prejuízo de
R$ 4,1 bilhões. Nesses mesmos
quatro anos, o Itaú lucrou R$
12,4 bilhões.
Segundo a Economática, a
soma dos lucros de Bradesco,
Unibanco e Itaú entre 1995 e
1998 ficou em R$ 13,3 bilhões,
enquanto no governo Lula esse
número pulou para R$ 40,6 bilhões -já descontada a inflação. No mesmo período, porém, BB e Caixa saíram de um
prejuízo de R$ 18,3 bilhões para
um ganho de R$ 24,4 bilhões.
No caso dos bancos privados,
é preciso considerar que parte
do aumento nos lucros ocorreu
por causa das fusões e das privatizações ocorridas no setor
durante o governo FHC. Instituições de grande porte, como
Nacional, Econômico e Bamerindus, passaram para as mãos
de seus concorrentes depois de
socorridas pelo Proer (programa de ajuda a bancos privados).
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