São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Bancos federais ganham R$ 24,4 bi sob Lula

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O lucro dos bancos controlados pelo governo federal disparou durante o primeiro mandato de Lula. Depois de registrar prejuízos bilionários nos anos 90, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal acumularam, juntos, ganhos de R$ 24,4 bilhões entre 2003 e 2006.
Os valores foram atualizados pelo IPCA. Levantamento da consultoria Economática mostra que o lucro dos bancos privados também cresceu, mas não na velocidade observada no BB e na Caixa.
Isso se explica, em boa parte, pelos programas de reestruturação de bancos públicos conduzidos ao longo do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Nesse período, o Tesouro fez duas grandes injeções de recursos nas instituições controladas pelo governo: em valores da época, o BB recebeu R$ 8 bilhões em 1996, e a Caixa, R$ 9,4 bilhões em 2001.
Em ambos os casos, o dinheiro do governo serviu para cobrir perdas causadas por créditos podres que se acumulavam nas carteiras dos bancos -os calotes sofridos pelo BB e pela Caixa acabaram sendo assumidos pelo Tesouro.
Depois de toda essa ajuda, os bancos públicos já conseguem, hoje, alcançar resultados semelhantes aos obtidos pelos privados, o que não acontecia até alguns anos atrás. Na primeira parte do governo FHC (1995-1998), por exemplo, só o BB acumulou prejuízo de R$ 20,8 bilhões -já atualizados pela inflação. Nesse período, o Bradesco ganhou R$ 6 bilhões.
No segundo governo FHC (1999-2002), quem mais perdeu foi a Caixa, com prejuízo de R$ 4,1 bilhões. Nesses mesmos quatro anos, o Itaú lucrou R$ 12,4 bilhões.
Segundo a Economática, a soma dos lucros de Bradesco, Unibanco e Itaú entre 1995 e 1998 ficou em R$ 13,3 bilhões, enquanto no governo Lula esse número pulou para R$ 40,6 bilhões -já descontada a inflação. No mesmo período, porém, BB e Caixa saíram de um prejuízo de R$ 18,3 bilhões para um ganho de R$ 24,4 bilhões.
No caso dos bancos privados, é preciso considerar que parte do aumento nos lucros ocorreu por causa das fusões e das privatizações ocorridas no setor durante o governo FHC. Instituições de grande porte, como Nacional, Econômico e Bamerindus, passaram para as mãos de seus concorrentes depois de socorridas pelo Proer (programa de ajuda a bancos privados).


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