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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Previsão era 2,8%

Palocci admite expansão menor do PIB em 2003

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse ontem que o crescimento econômico deste ano deverá ficar abaixo dos 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto) previstos pelo governo. Segundo ele, a equipe econômica está refazendo as projeções e a nova estimativa deve ficar entre 1,8% e 2,8%.
Um baixo crescimento econômico significa menos geração de emprego e renda no país. "Há um ajuste fiscal severo. O Brasil precisa disso para poder controlar a inflação e ter um crescimento que seja sustentável. Porque, se o crescimento for inflacionário, não é duradouro", disse Palocci em audiência no plenário do Senado.
O senador César Borges (PFL-BA), lembrou que estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao Ministério do Planejamento, aponta crescimento de 1,8% neste ano.
"As nossas previsões estarão entre o número do Ipea e o número que trabalhávamos inicialmente", declarou Palocci. No ano passado, na campanha eleitoral, o PT falava em crescimento médio de ao menos 4% numa gestão Lula.
Palocci adiantou ainda que o superávit primário (economia de receita para pagamento de juros da dívida) obtido pelo setor público em fevereiro, que será divulgado hoje, deverá ser similar ao alcançado em janeiro, ou seja, cerca de 7% do PIB.
O ministro explicou que novos dados sobre a economia brasileira serão incluídos na proposta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que o Executivo enviará ao Congresso no próximo mês.
"A política econômica que estamos adotando vai dar condições de crescimento e não fará, como nos governos anteriores, o que se fez com a dívida pública. Isso custou muito ao Brasil e está custando até agora", acrescentou.
Palocci ainda afirmou estar disposto a conversar com os governadores a possibilidade de mudar o atual indexador da dívida dos Estados com a União -IGP-DI.
Palocci relatou que o tratamento entre o governo Luiz Inácio Lula da Silva e o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem sido muito respeitoso. "Mas deixamos claro que a política econômica a ser adotada será definida pelas autoridades brasileiras."


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