UOL


São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BARRIL DE PÓLVORA

Investidores agora se preparam para guerra mais longa, e cotação sobe; produção da Nigéria desaba

Petróleo volta a ficar acima de US$ 30 em NY

DA REDAÇÃO

O temor de que um prolongado conflito no Oriente Médio afete a oferta mundial de petróleo voltou a preocupar os mercados internacionais do produto, e as cotações do barril retornaram a patamares superiores a US$ 30. A queda na produção da Nigéria, como resultado dos conflitos étnicos no país, também contribui para o reaquecimento dos preços.
O mercado financeiro mundial havia reagido com euforia ao rápido avanço das tropas anglo-americanas nos primeiros dias da campanha no Iraque, mas os contratempos na operação atingiram o humor dos investidores que trabalhavam com a hipótese de uma vitória rápida. O presidente dos EUA, George W. Bush, e o primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair, afirmaram que a guerra não tem data para terminar e poderá ser longa.
Depois de uma queda de 25% na semana passada, a cotações já subiram 13% nos últimos quatro pregões. Em Nova York, o petróleo encerrou o dia com valorização de 6,1%, cotado a US$ 30,37. Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril também subiu 6,1%, para US$ 26,82.
Oficiais norte-americanos afirmaram que a recuperação dos campos do sul do Iraque levará vários meses. Há problemas como o incêndio de poços e a provável existência de artefatos explosivos colocados nas bases de exploração, além do precário estado em que se encontram as instalações.
Antes da guerra, os iraquianos exportavam cerca de 1,8 milhão de barris ao dia, dentro do programa comida em troca de óleo, sob fiscalização da ONU (Organização das Nações Unidas).
Em um cenário de oferta já apertada, uma nova crise atingiu o mercado. Sangrentos conflitos na região do delta do rio Níger, principal zona petrolífera da Nigéria, provocaram acentuada queda na produção do país. Por motivos de segurança, multinacionais com a Shell reduziram suas atividades.
A Nigéria, sexto maior exportador mundial e membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), produz normalmente 2,2 milhões de barris ao dia. Por causa dos conflitos, houve uma queda de quase 40%, para cerca de 1,4 milhão de barris. O petróleo extraído no delta é de alta qualidade e tido como essencial para várias refinarias.

Bolsas
As principais Bolsas norte-americanas fecharam praticamente estáveis ontem. O índice Dow Jones caiu 0,35%, e a Nasdaq cedeu 0,23%. Na Europa, caíram Londres (-1,69%) e Paris (-2,32%), e Frankfurt ganhou 0,18%.


Texto Anterior: Comércio: Empresários defendem aproximação com UE
Próximo Texto: Capital bombardeado: Pós-guerra instável atinge mercado, diz FMI
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.