São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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Catador de lata também perde

DA SUCURSAL DO RIO

Alternativa encontrada por muitos à crise do mercado de trabalho, a atividade de catador de latinhas de alumínio também foi afetada. "Como caíram as vendas, certamente os catadores pegaram menos lata", disse Paulo Camilo, diretor-executivo da Abralatas (Associação Brasileiras de Fabricantes de Latas).
Segundo Camilo, as vendas do setor recuaram 4% no acumulado de janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período de 2003. A retração em janeiro foi ainda maior: 11,5%.
O catador Augusto Neves dos Santos, 25, conseguiu R$ 6 nos dias de pouco sol ou chuvosos que marcaram o verão no Rio.
"Quando o sol está forte e a praia, lotada, dá para tirar de R$ 15 a R$ 20", disse ele, um dos muitos catadores que apanham latinhas de cerveja e refrigerante na praia de Copacabana (zona sul).
Santos não é o único a reclamar. Dono de uma tenda na praia de Ipanema (zona sul), Fernando Manuel Araújo, 41, afirmou que o verão foi "péssimo".
"No Carnaval, que é quando a gente vende bastante, só fez um dia de sol. O verão todo foi fraquíssimo. Não vendemos nada", disse ele, que vende bebidas e aluga cadeiras de praia.
Pedro Nora Garcia, 78, vendedor de chapéus, disse que seu negócio depende principalmente dos turistas estrangeiros, que até apareceram neste ano, mas ficaram mais reclusos com o mau tempo. Ao seu lado, Elza Faller, 74, vendedora de sacolas e chinelos, oferecia seus produtos ao colega Garcia. "Já que o turista não compra, o camelô compra."



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