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Catador de lata também perde
DA SUCURSAL DO RIO
Alternativa encontrada por
muitos à crise do mercado de trabalho, a atividade de catador de
latinhas de alumínio também foi
afetada. "Como caíram as vendas,
certamente os catadores pegaram
menos lata", disse Paulo Camilo,
diretor-executivo da Abralatas
(Associação Brasileiras de Fabricantes de Latas).
Segundo Camilo, as vendas do
setor recuaram 4% no acumulado
de janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período de
2003. A retração em janeiro foi
ainda maior: 11,5%.
O catador Augusto Neves dos
Santos, 25, conseguiu R$ 6 nos
dias de pouco sol ou chuvosos
que marcaram o verão no Rio.
"Quando o sol está forte e a
praia, lotada, dá para tirar de R$
15 a R$ 20", disse ele, um dos muitos catadores que apanham latinhas de cerveja e refrigerante na
praia de Copacabana (zona sul).
Santos não é o único a reclamar.
Dono de uma tenda na praia de
Ipanema (zona sul), Fernando
Manuel Araújo, 41, afirmou que o
verão foi "péssimo".
"No Carnaval, que é quando a
gente vende bastante, só fez um
dia de sol. O verão todo foi fraquíssimo. Não vendemos nada",
disse ele, que vende bebidas e aluga cadeiras de praia.
Pedro Nora Garcia, 78, vendedor de chapéus, disse que seu negócio depende principalmente
dos turistas estrangeiros, que até
apareceram neste ano, mas ficaram mais reclusos com o mau
tempo. Ao seu lado, Elza Faller,
74, vendedora de sacolas e chinelos, oferecia seus produtos ao colega Garcia. "Já que o turista não
compra, o camelô compra."
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