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Falta de fiscais e elevada carga tributária incentivam a prática
DA REPORTAGEM LOCAL
Fiscalização insuficiente e
elevada carga tributária no país
são dois dos principais fatores
que estimulam o envio de produtos ao Brasil sem o pagamento de tributos, segundo especialistas consultados pela Folha.
Eduardo Ribeiro Costa, advogado especializado na área
aduaneira, diz que a Receita
Federal tem instrumentos eficientes -como o Siscomex
(sistema informatizado responsável por controlar as operações de comércio exterior)
para fiscalizar importações e
exportações. Mas que algumas
operações são feitas "à margem" desse sistema -caso das
bagagens desacompanhadas.
"A Receita tem poucos recursos humanos para fiscalizar
IPI, PIS, Cofins e outros tributos e ainda dar conta de fiscalizar toda a fronteira de um país
com dimensões continentais."
Com um volume imenso de
contêineres chegando ao país
todos os dias, a prioridade é fiscalizar a entrada de drogas e de
produtos piratas, diz o advogado Cassio Luiz de Almeida, especializado na área aduaneira.
"Por isso, talvez a atuação dessas empresas [que cometem irregularidades], não chame ainda a atenção da Receita."
Para Richard Fernando, chefe da Divisão de Vigilância e
Controle Aduaneiro da Alfândega de Santos, a fiscalização é
suficiente "para inibir os fraudadores". No porto de Santos
(SP), que representa 30% do
comércio exterior do Brasil,
existem 400 fiscais e analistas.
Em 2009, foram apreendidos
R$ 299 milhões em mercadorias sem pagar imposto ou declaradas com falso conteúdo.
"Pelo porto passam por dia
6.000 contêineres. Se abríssemos todos, pararíamos o comércio do Brasil. Mas o que
abrimos é suficiente para criar
risco aos fraudadores."
(CR e FF)
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