São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004

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PREÇOS

Índice deste mês fica abaixo do previsto e abre espaço para nova queda do juro; IPC da Fipe sobe 0,17% até dia 22 em SP

Inflação pelo IPCA-15 recua para 0,21%

DA SUCURSAL DO RIO

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) registrou inflação de 0,21% neste mês, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor taxa desde novembro do ano passado (0,17%). Em março, o IPCA-15 havia ficado em 0,40%.
O resultado surpreendeu o mercado, que esperava taxa de 0,40% a 0,45%, e abriu espaço para apostas numa queda maior dos juros em maio, de acordo com Alex Agostini, economista da consultoria Global Invest.
De acordo com ele, o recuo do índice "era o que faltava para o BC optar por um corte mais intenso nos juros, de 0,5 ponto percentual em maio [para 15,5% ao ano]". A expectativa antes apontava para redução de 0,25 ponto.
Com o resultado do IPCA-15, Agostini reviu para baixo a previsão do IPCA cheio deste mês -de 0,45% para 0,40%.
O IPCA-15 é uma espécie de prévia do IPCA, indicador oficial de inflação e referência para o regime de metas de inflação do BC. A meta deste ano é de 5,5%.
O recuo do índice foi possível graças às reduções dos preços dos alimentos e dos combustíveis, de acordo com o IBGE. Também ajudou a desaceleração de itens como telefone fixo e cigarro.
Os alimentos caíram 0,17%, especialmente devido ao início da comercialização da nova safra. Caíram os preços do tomate (13,98%), açúcar refinado (5,63%), frutas (2,79%), arroz (2,76%) e feijão carioca (2,35%).
Também sob efeito da boa safra agrícola, o álcool combustível teve queda de 12,11%.

Remédios derrubam taxa
Os preços voltaram a subir na cidade de São Paulo. Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou elevação de 0,17% nos últimos 30 dias terminados em 22 deste mês.
Essa taxa é bem superior à divulgada na semana anterior, de 0,08%, mas fica dentro das previsões da entidade, que estima inflação de 0,20% para o mês.
Dois itens se destacaram: remédios e alimentos. Os primeiros subiram 2,37% no período, elevando o custo médio do setor de saúde em 1,49%. Os alimentos tiveram a única queda entre os sete itens pesquisados. A redução foi de 0,51%, e os destaques ficaram para cereais, carnes e verduras.


Colaborou Mauro Zafalon, da Redação

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