São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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EUA crescem a ritmo mais lento desde 2003

Expansão de 1,3% no 1º trimestre ficou abaixo das expectativas dos analistas; apesar disso, Bolsas fecham com leve alta

Crise no mercado residencial imobiliário, com 6ª queda trimestral consecutiva nas construções, foi principal fator a barrar a expansão


JEREMY W. PETERS
DO "NEW YORK TIMES"

O crescimento econômico durante os três primeiros meses do ano foi o mais lento desde o começo de 2003, quando os EUA ainda estavam emergindo de uma recessão, anunciou ontem o governo.
Em seu relatório preliminar sobre o crescimento econômico, o Departamento do Comércio informou que o PIB do país se expandiu em 1,3% no primeiro trimestre, a marca mais baixa desde o primeiro trimestre de 2003 e pouco mais de metade dos 2,5% registrados no quarto trimestre de 2006.
A crise no mercado imobiliário residencial foi o fator mais negativo para o crescimento, como vem ocorrendo nos últimos quatro trimestres. A construção residencial sofreu queda anualizada de 17%, no sexto trimestre consecutivo de declínio. Mas as empresas enxugaram seus estoques, as exportações caíram -com aumento do déficit comercial- e os gastos militares do governo recuaram.
No entanto, os consumidores americanos continuam a gastar, o que ajudou a manter a economia em movimento.
Em Wall Street, os economistas haviam previsto uma queda no crescimento, ainda que não tão acentuada. O crescimento lento não bastou para conter a inflação, que subiu em parte devido à ascensão nos custos da energia. O índice que mede a razão entre os preços e o PIB, uma ferramenta para avaliar as flutuações de preços, registrou 4% de alta no primeiro trimestre, a maior em 16 anos. Outro indicador de inflação, que exclui os componentes voláteis como alimentos e energia e é acompanhado com interesse especial pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), registrou alta anualizada de 2,2%, ante 1,8% no quarto trimestre.
Os preços das ações ontem refletiram as mensagens conflitantes do relatório, abrindo em baixa modesta. O índice industrial médio Dow Jones e o Standard & Poor's 500 caíram ligeiramente na abertura, mas o Nasdaq subiu um pouco. No final dos trabalhos, o Dow Jones teve alta de 0,12%, e o Nasdaq, de 0,11%. Assim que o relatório do PIB foi divulgado, a cotação do dólar diante do euro caiu a um recorde de baixa A despeito da desaceleração econômica, o mercado de ações vem batendo recordes nas últimas semana. Pela primeira vez, o Dow Jones ultrapassou os 13 mil pontos nesta semana e continua registrando alta de mais de 5% até agora no ano. O S&P 500, um índice mais amplo dos preços das ações, também subiu mais de 5% no ano.
A recente alta nos preços das ações fez com que a onda de vendas do dia 27 de fevereiro que resultou na maior baixa percentual do Dow Jones em quatro anos- parecesse um acidente. Tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 ganharam ao redor de 7% desde então.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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