São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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Centrais querem medida emergencial

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As centrais sindicais querem ampliar o seguro-desemprego e reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais para ajudar a diminuir os impactos do problema do desemprego no país. O anúncio foi feito ontem pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela Força Sindical.
O presidente da CUT, João Felício, disse que a idéia é aumentar o número de parcelas -pagas hoje em até cinco vezes- para dez. O tempo médio de procura de trabalho na região metropolitana de São Paulo é de 50 semanas, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade/Dieese. No levantamento anterior, esse tempo foi de 52 semanas.
"São medidas emergenciais, mas podem ajudar já que o governo não dá sinais de que irá diminuir os juros e adotar medidas para incentivar a criação de empregos", disse Felício.
A CUT também pretende reunir empregados e patrões por ramo de atividade para discutir medidas, como busca de financiamento e políticas de incentivo fiscal, que ajudem a resolver o desemprego por setor. "Essas parcerias podem ser positivas porque combatem a crise em cada setor, respeitando as individualidades e a realidade de cada atividade."
Para o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o mais importante é incluir a questão do desemprego e políticas econômicas voltadas para resolver esse problema na agenda dos presidenciáveis. "Tem de haver compromisso com o emprego do próximo governo. Este está no fim. Não fará mais nada para mudar a realidade do trabalhador. Por mais que pressionemos o governo Fernando Henrique, com manifestações e protestos, não vai baixar os juros nem criar empregos. A vida do trabalhador, do desempregado só tende a piorar. O governo contribui para isso ao cortar o orçamento destinado para a área social", disse.
O presidente da Força pretende procurar outras centrais sindicais -SDS (Social Democracia Sindical) e CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores)- para discutir a ampliação do seguro-desemprego na próxima reunião do Condefat, conselho tripartite responsável pela gestão dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Desse fundo, são distribuídos recursos para pagamento do seguro-desemprego.



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