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Rodrigues alerta para
expansão
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O centro-sul deve implantar 89 projetos de ampliação
ou de construção de novas
usinas de açúcar e de álcool.
Para atender os novos projetos, a área plantada com cana-de-açúcar, atualmente
em 6,5 milhões de hectares,
deve passar para 9 milhões.
Com crescimento tão rápido, o setor não poderia vir a
sofrer um inchaço como o da
soja e passar por uma superoferta de produto?
O ministro Roberto Rodrigues, um entusiasta da
agroenergia, diz que "temos
que pensar nisso". Qualquer
"gripe" nesse negócio pode
gerar um desastre. Mas, para
ele, o país tem muito espaço
para crescer nesse setor e
uma eventual crise seria diferente das do passado.
Antonio de Pádua Rodrigues, da Unica (associação
das indústrias), diz que a demanda é grande no setor, que
não corre nenhum perigo.
Já Luiz Antonio Dias Paes,
do Centro de Tecnologia Canavieira, diz que a cana não
está isenta de eventuais problemas, como qualquer outra cultura não está, mas as
projeções a médio prazo são
muito favoráveis, principalmente porque é um produto
que está sendo dirigido para
o mercado de energia, em
que a demanda é crescente.
Para o ministro, devem ser
considerados dois pontos.
Um agrícola, que é a questão
do domínio exagerado de
uma cultura sobre o resto, e
outro econômico, causado
pelas flutuações de preços,
principalmente pela concorrência externa.
Já para Paes, quanto mais
a produção crescer em outros países, mais o álcool vira
uma commodity e passa a ser
usada por mais nações. Há
décadas a produção de petróleo está nas mãos de poucos
países. Hoje, nenhum país
optaria pelo álcool se a produção também ficasse nas
mãos de poucos produtores.
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