São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rodrigues alerta para expansão

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O centro-sul deve implantar 89 projetos de ampliação ou de construção de novas usinas de açúcar e de álcool. Para atender os novos projetos, a área plantada com cana-de-açúcar, atualmente em 6,5 milhões de hectares, deve passar para 9 milhões.
Com crescimento tão rápido, o setor não poderia vir a sofrer um inchaço como o da soja e passar por uma superoferta de produto?
O ministro Roberto Rodrigues, um entusiasta da agroenergia, diz que "temos que pensar nisso". Qualquer "gripe" nesse negócio pode gerar um desastre. Mas, para ele, o país tem muito espaço para crescer nesse setor e uma eventual crise seria diferente das do passado.
Antonio de Pádua Rodrigues, da Unica (associação das indústrias), diz que a demanda é grande no setor, que não corre nenhum perigo.
Já Luiz Antonio Dias Paes, do Centro de Tecnologia Canavieira, diz que a cana não está isenta de eventuais problemas, como qualquer outra cultura não está, mas as projeções a médio prazo são muito favoráveis, principalmente porque é um produto que está sendo dirigido para o mercado de energia, em que a demanda é crescente.
Para o ministro, devem ser considerados dois pontos. Um agrícola, que é a questão do domínio exagerado de uma cultura sobre o resto, e outro econômico, causado pelas flutuações de preços, principalmente pela concorrência externa.
Já para Paes, quanto mais a produção crescer em outros países, mais o álcool vira uma commodity e passa a ser usada por mais nações. Há décadas a produção de petróleo está nas mãos de poucos países. Hoje, nenhum país optaria pelo álcool se a produção também ficasse nas mãos de poucos produtores.


Texto Anterior: Cana turbina investimentos em SP e MG
Próximo Texto: Usinas paulistas são processadas por irregularidade no trato de bóias-frias
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.