São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Líder em shoppings triplica os negócios

BR Malls investiu R$ 600 milhões em 12 aquisições desde novembro de 2006

Em abril, empresa assumiu a liderança que pertencia ao Grupo Multiplan; ao todo, companhia administra 623 mil m2 de área bruta locável

Renato Spencer - 27.out.05/JC Imagem
Vista do Shopping Center Recife, administrado pela BR Malls


KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

A BR Malls, líder entre as empresas de administração de shopping centers, quase triplicou sua participação em centros de compras em menos de seis meses. A empresa aponta a queda de juros, a estabilidade econômica e o aumento do crédito ao consumidor como os fatores responsáveis pelo aquecimento do comércio e motivadores para seus investimentos.
O presidente da BR Malls, Carlos Medeiros, afirmou que a companhia aposta em centros de compras em todas as regiões do país e realizou investimentos de R$ 600 milhões em 12 aquisições feitas desde novembro de 2006. Em abril, a empresa assumiu a liderança que pertencia ao Grupo Multiplan.
O grupo administra um total de 623 mil metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável), sendo 271 mil metros quadrados próprios. Em novembro do ano passado, o ABL total era de cerca de 200 mil metros quadrados, sendo 90 mil metros quadrados próprios.
Em novembro, o Grupo GP, reconhecido grupo de investimentos em private equity, e a Equity International passaram a deter, por meio da BR Malls, participação na Ecisa. Em dezembro, a Ecisa tornou-se subsidiária integral da BR Malls e os antigos acionistas da Ecisa passaram a deter participação direta na BR Malls.
Até dezembro do ano passado, quando a Ecisa se tornou subsidiária integral da BR Malls, a empresa detinha participação em sete shoppings, sendo um em construção. Neste mês, a companhia soma participação em 19 centros -um em construção. A BR Malls também administra ou comercializa 37 shoppings no país, como o Butantã e o Shopping Center 3, em São Paulo.
"O setor e o momento em que estamos têm particularidades interessantes, por isso a GP decidiu entrar no negócio. A queda de juros e o aumento do crédito ampliam o consumo, principalmente da classe média."

Pouca concentração
A pouca concentração de mercado e o potencial de crescimento do setor também animam a empresa. Medeiros afirmou que as três maiores empresas de administração de shoppings concentram 17% do setor, sendo a BR Malls responsável por 8,5%. Nos Estados Unidos, a concentração é de 72%. "Ou seja, há espaço para consolidação e potencial para desenvolvimento", disse. Ainda de acordo com Medeiros, as vendas em shoppings representam 18% das realizadas no país, de acordo com dados de 2006, contra 70% nos EUA.
Para Medeiros, a falta de shoppings, especialmente em pequenas e médias cidades, é o principal motivo para a participação modesta dos centros nas vendas realizadas no Brasil.
Só neste mês a BR Malls anunciou três aquisições e três ampliações de participação em centros de compras. Os três novos negócios foram com os shoppings Tamboré (100%), Natal Shopping (36,75%) e Shopping Curitiba (20%).
Em algumas aquisições, a BR Malls torna-se sócia minoritária para entrar no negócio e depois ampliar sua participação. Apenas em maio isso ocorreu com Shopping Iguatemi Maceió (de 16,6% para 34,2% de ABL), Amazonas Shopping (de 10,4% para 17,2%) e Shopping Piracicaba (de 8,5% para 11,5%). Em São Paulo, a BR Malls também tem participação nos shoppings Villa-Lobos (26,9%) e ABC (0,6%).
No mês passado, a BR Malls concluiu sua oferta primária de ações (IPO), captando aproximadamente R$ 605 milhões com a operação. Os recursos serão utilizados para financiar a estratégia de crescimento, focada na aquisição de shoppings.
Além de abrir o capital, a empresa também aderiu ao Novo Mercado, para mostrar comprometimento com os investidores e com as melhores práticas de governança corporativa.
Atualmente, segundo Medeiros, a empresa conta com um caixa líquido de R$ 500 milhões e pretende emitir debêntures para captar recursos nos próximos meses. Por isso, ele afirma que as aquisições não causaram endividamento, uma vez que os recursos utilizados vieram do caixa da empresa.


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