São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula afirma que há mais "química" com empresários

Presidente ressalta maior "confiança nas conversas" tratadas entre as partes

Lula pede a empresários que não percam investimentos fora do país, especialmente no mercado africano e nas Américas do Sul e Latina


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CONTAGEM

Ao inaugurar ontem a primeira locomotiva de grande porte produzida no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso sobre o crescimento da logística brasileira, disse que há uma "química" entre governo e empresários. Lula se referia ao fato de existir mais "confiança nas conversas" tratadas entre as duas partes em prol da economia nacional.
Um dia após defender a indústria naval brasileira e destacar seu crescimento, o presidente tratou da questão ferroviária na fábrica de locomotivas da GE (General Electric), cujos dirigentes estiveram com Lula há quatro anos.
E foi esse contato que motivou seu discurso, porque disse ter pedido à empresa norte-americana que produzisse locomotivas pesadas no país.
"Nessas conversas que a gente tem com empresários, nem sempre a gente acredita no empresário e nem sempre o empresário acredita na gente. Me parece que pintou uma química de otimismo neste país."
Lula completou: "O país encontrou um jeito de fazer com que as pessoas confiem nas conversas que tenham com os governantes, com os políticos e com os empresários".
A fala de Lula foi pontuada pelo otimismo no desenvolvimento da logística de transporte. Para ele, os empresários brasileiros não podem perder as oportunidades externas. Citou as Américas do Sul e Latina e o mercado africano, em "que pouca gente presta atenção".
"Países como Angola estão crescendo a 19% ao ano, e, se o Brasil não tomar cuidado e [não] fizer as parcerias que precisa fazer na África, podem ficar certos de que já tem gente fazendo. Os chineses estão lá, investindo em ferrovia, em hidrovia, sobretudo na busca de minérios, de tudo que possa ter embaixo da terra. O Brasil não pode ficar parado, esperando ver as coisas acontecerem no continente africano sem a nossa participação."
O ministro Alfredo Nascimento (Transportes), também em discurso, disse que o Brasil tem atualmente 28 mil quilômetros de ferrovias privatizadas, sendo 20 mil quilômetros em operação. E que serão mais 4.000 quilômetros de novas ferrovias agregadas à atual malha, com o surgimento de uma rede ferroviária interligada.
Nos projetos em execução, estão a ferrovia Transnordestina -1.891 quilômetros que ligarão os portos de Suape (PE) a Pecém (CE), passando por AL e PI-, e também a ferrovia Leste-Oeste (BA). Essa obra chegará à ferrovia Norte-Sul, interligada também ao Centro-Oeste.


Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Lula e o vaivém dos impostos
Próximo Texto: Trabalho: Centrais fazem protestos para pedir redução da jornada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.