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Lula afirma que há mais "química" com empresários
Presidente ressalta maior "confiança nas conversas" tratadas entre as partes
Lula pede a empresários que não percam investimentos fora do país, especialmente no mercado africano e nas Américas do Sul e Latina
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CONTAGEM
Ao inaugurar ontem a primeira locomotiva de grande
porte produzida no Brasil, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em discurso sobre o crescimento da logística brasileira,
disse que há uma "química" entre governo e empresários. Lula
se referia ao fato de existir mais
"confiança nas conversas" tratadas entre as duas partes em
prol da economia nacional.
Um dia após defender a indústria naval brasileira e destacar seu crescimento, o presidente tratou da questão ferroviária na fábrica de locomotivas
da GE (General Electric), cujos
dirigentes estiveram com Lula
há quatro anos.
E foi esse contato que motivou seu discurso, porque disse
ter pedido à empresa norte-americana que produzisse locomotivas pesadas no país.
"Nessas conversas que a gente tem com empresários, nem
sempre a gente acredita no empresário e nem sempre o empresário acredita na gente. Me
parece que pintou uma química
de otimismo neste país."
Lula completou: "O país encontrou um jeito de fazer com
que as pessoas confiem nas
conversas que tenham com os
governantes, com os políticos e
com os empresários".
A fala de Lula foi pontuada
pelo otimismo no desenvolvimento da logística de transporte. Para ele, os empresários brasileiros não podem perder as
oportunidades externas. Citou
as Américas do Sul e Latina e o
mercado africano, em "que
pouca gente presta atenção".
"Países como Angola estão
crescendo a 19% ao ano, e, se o
Brasil não tomar cuidado e
[não] fizer as parcerias que precisa fazer na África, podem ficar certos de que já tem gente
fazendo. Os chineses estão lá,
investindo em ferrovia, em hidrovia, sobretudo na busca de
minérios, de tudo que possa ter
embaixo da terra. O Brasil não
pode ficar parado, esperando
ver as coisas acontecerem no
continente africano sem a nossa participação."
O ministro Alfredo Nascimento (Transportes), também
em discurso, disse que o Brasil
tem atualmente 28 mil quilômetros de ferrovias privatizadas, sendo 20 mil quilômetros
em operação. E que serão mais
4.000 quilômetros de novas
ferrovias agregadas à atual malha, com o surgimento de uma
rede ferroviária interligada.
Nos projetos em execução,
estão a ferrovia Transnordestina -1.891 quilômetros que ligarão os portos de Suape (PE) a
Pecém (CE), passando por AL e
PI-, e também a ferrovia Leste-Oeste (BA). Essa obra chegará à ferrovia Norte-Sul, interligada também ao Centro-Oeste.
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