São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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Para Meirelles, Brasil não será afetado pela alta

DO ENVIADO À BASILÉIA

A provável elevação da taxa de juros nos EUA não deve gerar instabilidade no Brasil, disse ontem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Segundo ele, os mercados já reagiram à expectativa de que as taxas subiriam e, portanto, os investidores se prepararam para a alta. "Os preços dos papéis [de países emergentes, como o Brasil] já refletem o movimento de alta", avalia Meirelles.
Usando o jargão do mercado financeiro, o presidente do BC diz que a alta já está "precificada", ou seja, que os investidores já estimaram os efeitos da decisão do Fed (banco central dos EUA) e já incluíram esses efeitos nas operações que efetuam no mercado financeiro.
O presidente do BC encontra até um aspecto positivo na proximidade da decisão de alta dos juros nos EUA. Ele lembra que parte das turbulências sofridas pela economia brasileira nos últimos meses são explicadas pelas incertezas no mercado internacional. Se não toda, parte dessa incerteza está relacionada justamente ao rumo da política monetária nos EUA. Com a decisão, "o mercado encontrará um novo ponto de equilíbrio e a vida continua", avalia Meirelles.
O presidente do BC voltou a argumentar que a economia brasileira está bem preparada para "enfrentar" uma alta das taxas de juros no mercado internacional. "Os fundamentos da economia brasileira estão bem melhores do que no passado", disse, mencionado o aumento das exportações, a queda da proporção da dívida pública atrelada ao dólar e o comprometimento do governo com a manutenção do superávit primário.
Nas últimas duas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), uma das razões apontadas para a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 16% ao ano foi a volatilidade externa.


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