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LUÍS NASSIF
Subsídios para uma política de segurança
Em SP, não existe "ação de
inteligência" propriamente
dita, mas apenas um
sistema gerencial estatístico
NO DOMINGO retrasado, propus, na coluna, que estudiosos de diversas áreas começassem a remeter trabalhos e artigos sobre políticas públicas. Em relação à segurança pública, recebi
trabalho e artigo do delegado Carlos
Afonso Gonçalves da Silva, professor da Academia de Polícia e Coordenador do Núcleo de Ensino Policial Civil de Campinas. E um estudo
da Secretaria Nacional de Segurança Pública sobre a "Modernização
da Polícia Civil Brasileira", montado
dentro dos conceitos do Programa
de Qualidade no Serviço Público, do
Ministério do Planejamento.
A principal crítica ao modelo atual
é sua visão compartimentalizada
entre as diversas polícias civis estaduais e o governo federal e o "paradigma reducionista" que resulta na
prática estritamente jurídico-processualista da ação investigativa.
Em cima dessa crítica, o grupo de
trabalho pensou em uma concepção
tripartite de cargos: os delegados de
polícia, os peritos policiais e os
agentes de polícia. Além disso, haveria flexibilidade para a contratação
de profissionais de áreas diversas.
Uma das propostas do trabalho é a
aproximação de todos os setores envolvidos no combate ao crime: Polícias Civil e Militar, Ministério Público, Poder Judiciário e Administração Penitenciária. Para tanto, há
a necessidade de utilizar a mesma
infra-estrutura das redes de telecomunicação; um planejamento comum descentralizado; a implantação de Centros Integrados de Atendimento e Despacho, com aplicativos georreferenciados dos atendimentos e registros de boletins de
ocorrência em sistema comum;
uma política de ensino e pesquisa
sob matrizes curriculares comuns.
No caso de São Paulo, e da maioria
dos Estados, a integração da Polícia
Civil com a Polícia Militar ocorre
em dois pontos extremos, na cúpula
e na base, explica o delegado Carlos
Afonso. Na cúpula, com o comando
do secretário de Segurança Pública,
que reúne em sua assessoria oficiais
e delegados. No dia-a-dia, a integração ocorre apenas em cidades de
menor porte. Nas cidades maiores,
não existem ações de integração,
apenas operações em conjunto do
tipo "força-tarefa", diz ele.
Em São Paulo, não existe "ação de
inteligência" propriamente dita,
mas apenas um sistema gerencial
estatístico, de acordo com o delegado. As estatísticas não são erradas
ou maquiadas, apenas inúteis do
ponto de vista operacional. O mapeamento é fraco, calcado em técnicas do século passado, e os dados
não vinculam as ações, diz ele. A formação dos delegados para trabalhar
com análise de dados é dada pelo
Curso Superior de Polícia, ou seja, às
vésperas da aposentadoria. "Aprendo e me aposento", diz ele. Os documentos estão no endereço
www.projetobr.com.br.
O Cade e a Varig
Recebo e-mail do conselheiro do
Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) Luiz Carlos
Delorme Prado, explicando a posição do órgão do acordo de compartilhamento entre a Varig e a TAM.
A decisão de terminar o acordo
-que seria o primeiro passo para a
fusão- foi das duas companhias. A
íntegra está no meu blog.
Blog: www.luisnassif.com.br
Luisnassif@uol.com.br
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