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Com a TV digital, governo vai
criar quatro novos canais públicos
Transmissões abrangerão temas voltados para educação, cultura e cidadania
PATRÍCIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O governo vai criar quatro
novos canais públicos de televisão com a implantação do sistema brasileiro de TV digital.
A digitalização do sinal da TV
aberta também deverá permitir a concessão de canais para
novas emissoras comerciais,
possivelmente dois no caso de
São Paulo, segundo um técnico
que participa das discussões.
Os novos canais públicos serão de responsabilidade do Poder Executivo e devem transmitir programações alternativas às da Radiobrás e voltadas
para a educação, cultura e cidadania -os canais poderão veicular programação comunitária e de câmaras municipais,
por exemplo.
O Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, formado
por cerca de dez ministros,
aprovou ontem o texto final do
decreto que vai definir a escolha do padrão japonês de TV digital (ISDB) com inovações
brasileiras.
O decreto será assinado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva amanhã de manhã, em solenidade da qual participará o
ministro das Comunicações do
Japão, Heizo Takenaka.
O decreto, que terá 15 artigos,
prevê um prazo de sete anos
para que todo o país tenha cobertura de TV digital, e de dez
anos para que o sistema analógico seja desligado.
As primeiras transmissões
deverão começar por São Paulo, mas o prazo para que isso
ocorra vai depender das próprias emissoras.
Regulamentação
Para implementarem a TV
digital, as redes receberão um
novo canal, com 6 MHz (intervalo do espectro idêntico ao
atual), para fazer a migração de
um sistema para o outro. Ao final da digitalização, daqui a dez
anos, os canais analógicos serão
retomados pela União.
O Ministério das Comunicações vai regulamentar, no prazo de 60 dias após a publicação
do decreto, o cronograma de
implementação da TV digital.
Um grupo de trabalho com
representantes dos governos
brasileiro e japonês ficará encarregado de definir como inovações desenvolvidas por pesquisadores brasileiros serão incorporadas ao sistema japonês.
Esse grupo também irá trabalhar nos projetos de implantação de uma indústria de semicondutores no país. Segundo
o governo, duas empresas
-uma japonesa e outra não-
estariam interessadas em investir nessa área.
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