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RS estuda aumentar a produção de cana
Considerado estável, produto atrai mais agricultores, em detrimento da soja
Governo afirma que Estado,
apesar do clima temperado,
tem locais em que a planta
se adapta bem; hoje, há
apenas uma usina na região
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Rio Grande do Sul, Estado
caracterizado por um clima
temperado, quer ampliar o cultivo de produtos tipicamente
tropicais, como a cana-de-açúcar. Estudos estão sendo realizados pela Emater, empresa de
extensão rural que presta serviços ao governo do Estado.
Atualmente, o Rio Grande do
Sul destina 35 mil hectares à
cana-de-açúcar, divididos em
25 mil hectares para alimentação animal e uso de propriedades, 8.000 hectares para produção de cachaças e doces e 2.000
hectares para o álcool. No Brasil, plantam-se 6,5 milhões de
hectares de cana.
Além da cana-de-açúcar, a
Emater também estuda o aumento da produção da semente
de girassol, da mamona, da
mandioca e da canola.
""A demanda por parte dos
agricultores é muito forte, para
ter mais segurança, muito por
causa das estiagens que atingiram o Estado nos últimos
anos", disse Alencar Rugeri,
coordenador de Agroenergia da
Emater. "A estabilidade da cana é muito grande. Além disso,
outros produtos, como a soja,
estão com preço muito baixo.
Os produtores constataram
que a cana é mais perene."
"Todo mundo tem preconceito em relação à cana no Rio
Grande do Sul, por termos clima temperado. Mas há áreas
que se adaptam bem, como o litoral norte e a costa do rio Uruguai. Não sei a quanto chegaremos, mas as possibilidades são
imensas, dependem apenas de
termos usinas. O governo diminuiu a alíquota do ICMS de 17%
para 12% para produtos de
bioenergia", afirmou Rugeri.
De acordo com o coordenador, produtores de soja já começam a trocá-la pela cana, especialmente em Porto Xavier,
na fronteira com a Argentina.
Para detectar as melhores variedades e os melhores locais
para cultivo, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
começou neste ano a introduzir
tipos cultivados em outros Estados e a observar o desenvolvimento dos já existentes no Rio
Grande do Sul.
A Noroeste Energia, integrada por 60 sojicultores gaúchos,
vai se instalar em São Luiz
Gonzaga. Plantará 12 mil hectares de cana e produzirá 80 milhões de litros de álcool ao ano a
partir de 2009. Hoje, a única
usina gaúcha fica em Porto Xavier. Produz 6 milhões de toneladas de álcool/ano.
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