São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Reajuste de pedágio em SP será pelo IPCA

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo decidiu mudar o indexador dos contratos de concessão de rodovias paulistas do IGP-M para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A primeira concessão a usar o novo índice para correção das tarifas de pedágio foi a do Rodoanel.
Ainda neste ano, o Estado vai leiloar outros cinco lotes de rodovias paulistas (corredores Dom Pedro 1º, Ayrton Senna/Carvalho Pinto, Raposo Tavares, Marechal Rondon Leste e Oeste) que também utilizarão o IPCA.
Ao detalhar o modelo de licitação dos cinco lotes de rodovias, o secretário dos Transportes de São Paulo, Mauro Arce, explicou que a elevação do IGP-M fez o governo tomar a decisão de trocar o índice de revisão dos preços dos pedágios.
Erotides Rocha Guimarães, especialista em concessões rodoviárias da Vae Consultores, diz que a medida poderá amenizar o impacto da inflação no custo da tarifa paga pelos usuários, mas, do ponto de vista da concessionária, o IGP-M é o índice que mais bem reflete os custos de manutenção das rodovias.
A partir da próxima terça-feira, a tarifa de pedágio nas estradas paulistas concedidas nos anos 90 receberá um pesado reajuste: 11,53%. Esse foi o IGP-M acumulado em 12 meses -pelo IPCA, o reajuste seria de 5,58%.
Mas independentemente de diferenças entre os índices, os motoristas que rodam nas estradas paulistas perceberão uma grande diferença entre os preços dos pedágios de concessões rodoviárias antigas e novas. Guimarães explica que a diferença entre os valores cobrados nas praças de pedágio não está relacionado exclusivamente aos índices de inflação usados para a correção dos contratos, mas à perspectiva do investidor em relação ao país.
Na década de 90, os investidores exigiam taxas de retorno muito superiores às atuais. "Nenhum investimento em concessão ocorria com taxas de retorno inferiores a 20% ou 25% ao ano. Hoje, temos projetos sendo viabilizados com taxas de retorno pouco superiores a 10% ao ano", explica Guimarães.
O que mudou? A percepção de risco da economia brasileira, que melhorou, entre outras razões, pela evolução da classificação de risco do país ou a ascensão ao grau de investimento. Por isso, o preço-teto das tarifas de pedágio para os novos leilões de concessão tem sido 60% menor do que os valores de concessões antigas.
"A questão é que essa diferença entre os contratos antigos e os novos irá se refletir nas tarifas que os motoristas vão pagar. Em algumas estradas, haverá preços elevados, com rodovias próximas com preços muito mais baixos", diz Guimarães. (AB)


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