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Queixas contra Telefônica crescem 84%
Reclamações contra serviço de banda larga, que teve a venda suspensa pela Anatel, avançam 36% de janeiro para abril
Empresa reconhece que
quantidade de queixas é
elevada e diz ter aumentado
o investimento a fim de
melhorar o atendimento
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Levantamento exclusivo obtido pela Folha mostra que o
número de reclamações de assinantes da Telefônica registradas na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
cresceu 84% em um ano.
Em abril, o órgão regulador
recebeu 35.932 queixas contra
os serviços de telefonia fixa e
de banda larga prestados pela
Telefônica, ante 19.443 registradas em abril do ano passado.
As queixas mais frequentes
são de cobrança indevida e de
problemas de reparo nas linhas. O levantamento foi feito
pela Anatel, a pedido da Folha,
e mostra um agravamento gradual do quadro.
A Telefônica reconhece que a
quantidade de queixas é elevada e diz ter aumentado o investimento para melhorar o atendimento (leia texto na pág. B3).
Em julho de 2008, quando
houve o primeiro apagão do
Speedy, os assinantes da Telefônica fizeram 9.775 queixas
contra o serviço na agência. À
época, a banda larga tinha 2,29
milhões de clientes. Em abril
deste ano, foram 13.612 reclamações contra o Speedy para
2,65 milhões de usuários.
De janeiro para abril deste
ano, o volume de queixas contra a Telefônica cresceu 36%
em relação à banda larga e
23,46% em relação ao serviço
de voz. O pico de reclamações
sobre a telefonia fixa foi em
março (25,4 mil).
Desde julho do ano passado,
houve quatro interrupções no
Speedy e uma pane na telefonia
fixa. A Anatel ainda não tem o
balanço das queixas com a pane nos telefones, no dia 9.
Na segunda, a empresa foi
punida pela Anatel com a suspensão das vendas do Speedy,
até que apresente plano para
evitar a reincidência de falhas.
Na sexta, a empresa entregou
plano de ação à agência.
Enquanto a base de assinantes de telefonia fixa diminui,
em consequência do avanço
dos celulares pré-pagos, crescem as queixas dos assinantes.
Em dezembro de 2005,
quando a Telefônica tinha 12,4
milhões de linhas fixas, o índice de reclamação à Anatel foi
de 0,4 por mil linhas. Em abril
deste ano, para 11,6 milhões de
assinantes, o índice de queixa
foi de 1,8 por mil linhas.
A Telefônica se sai mal na
comparação com os indicadores da Oi (ex-Telemar) e da BrT
(Brasil Telecom), que têm concessão de telefonia fixa fora de
São Paulo. As duas estão em
processo de fusão.
Em abril, a Oi teve 0,6 queixa
por mil linhas fixas. A BrT, 1,19.
Na banda larga, ela também
perde para a Oi e a BrT. A Anatel recebeu, em abril, 3.775 reclamações contra o serviço de
banda larga da Oi (para um total 2 milhões de assinantes) e
2.384 queixas contra o da BrT,
de 1,85 milhão de clientes.
Segundo a Anatel, o crescimento das queixas não gera punição para as teles, porque não
faz parte dos indicadores de
meta de qualidade que têm de
ser obedecidos pelas empresas.
As queixas são usadas apenas
para orientar a ação dos fiscais.
A agência repassa às empresas as reclamações, e elas têm
cinco dias para informá-la sobre a providência tomada.
No início do ano, a Anatel
criou o Índice de Desempenho
no Atendimento, para medir a
eficiência no tratamento das
reclamações.
A Telefônica também se saiu
mal nesse quesito. De zero a
100, obteve nota 43,6 e ficou
em penúltimo entre nove empresas examinadas, em maio.
Embratel e BrT tiveram nota
63, e a Oi, 76. Intelig, CTBC Telecom e Sercomtel tiveram nota 100, a GVT recebeu 81,8, e o
serviço fixo da TIM foi o mais
mal avaliado (4,48).
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