DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, negou que os problemas na rede da operadora estejam relacionados à falta de investimento. Neste ano, a previsão é aplicar R$ 750 milhões apenas na rede de dados, que dá acesso à internet em banda larga, um acréscimo de 34% ante 2008.
A Telefônica reconheceu as falhas em sua rede e apresentou à Anatel um plano de reestruturação em três fases. Na primeira, com duração de um mês, investirá R$ 70 milhões na compra de equipamentos existentes no país.
Na segunda etapa, com prazo de três meses, equipamentos importados deverão dobrar a capacidade da rede e será implantado um novo sistema de gerenciamento do tráfego de dados.
A última fase, com duração de seis meses, vai quadruplicar a capacidade da rede, evitando as "falhas de DNS", um problema que ocorre quando os equipamentos não são capazes de reconhecer ou o usuário da internet ou o site que ele tenta acessar.
"Essa última fase deverá fazer da rede da Telefônica a mais robusta da América Latina", afirmou Valente.
Em reunião na sexta-feira no Conselho Consultivo da Anatel, Valente afirmou que a empresa possui equipamentos de processamento de sinais operando com capacidade 30% inferior à necessária para atender a demanda. Essas máquinas, que ficam em pares nas três centrais na cidade de São Paulo, serão trocadas por outras mais potentes.
Valente diz ainda que a terceirização dos serviços de manutenção é uma prática adotada mundialmente e ela não se relaciona com as panes. "Contratamos grandes empresas para esses serviços justamente porque elas são especializadas."
Liberados em 2007, os recursos do BNDES podem ser gastos até o final de 2009.

Reclamações
A Telefônica reconhece que o índice de queixas na Anatel é elevado e diz ter aumentado os investimentos para melhorar o atendimento. A tele investiu mais de R$ 150 milhões na aquisição de equipamentos e na contratação de profissionais para sua central de atendimento. Em 2008, 22,5 mil atendentes (um aumento de 30% ante 2007) foram submetidos a treinamento.
A companhia afirma que essas medidas devem melhorar a qualidade do atendimento e que as reclamações em maio já foram menores do que em abril.
Segundo a empresa, houve uma redução de 12,44% das queixas sobre o serviço de internet em banda larga em maio (em relação ao registrado em abril) e de 4,93% nos primeiros 24 dias deste mês (em relação a maio). No serviço de voz, houve estabilidade em maio e uma queda de 2,76% neste mês.
A Telefônica diz ainda que, em maio, no mês seguinte ao pico de reclamações, foram criadas equipes de trabalho para agir em relação às queixas mais frequentes.
Para a operadora, esse grupo tomou medidas que produzirão resultados em médio prazo, mas que já contribuem para a redução do número de clientes que procuram instâncias externas.