São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2005

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MERCADO ABERTO

Setubal defende punições e acordo

Preocupados com a crise política, grandes empresários têm se reunido para discutir saídas para blindar a economia sem, no entanto, prejudicar as investigações. Uma das saídas apontadas seria acelerar as punições para costurar um acordo político que interrompesse a onda de denuncismo.
A proposta é do empresário Paulo Setubal, presidente da Duratex e um dos mais atuantes nos encontros realizados pelos pesos pesados da economia em São Paulo. Setubal participou do jantar do dia 19 deste mês em homenagem ao novo presidente do Iedi, Josué Gomes da Silva, com a presença de Lula, e também esteve no jantar da segunda-feira passada na Fiesp.
Segundo Setubal, o empresariado acha que todas as denúncias devem ser apuradas até o fim, e, a partir dessas investigações, todos os culpados devem ser exemplarmente punidos. "Só esperamos que não seja feita nenhuma ação panfletária, como ocorreu recentemente tanto no caso da Daslu como no da Schincariol", diz o empresário. "Houve muitos exageros."
Depois desse processo de punições, Setubal acha que os partidos e suas lideranças deveriam elaborar um acordo com o objetivo de discutir a reforma política. "A crise vai finalizar com essa punição e depois de um acordo político que permita manter o país no atual estado de direito e de governabilidade", diz Paulo Setubal. "O acordo diminuiria essa essência de criação de fatos."
Outra grande preocupação dos empresários é em relação à velocidade de apuração. Todos defendem a aceleração dos trabalhos das CPIs. Segundo ele, o medo é o de o país perder a grande oportunidade de crescer a um ritmo mais rápido, principalmente às vésperas do início do processo de queda dos juros. "O clima é de muita ansiedade e há sinais claros de enfraquecimento do mercado interno em vários setores", diz Setubal. "Nossa preocupação ainda é maior porque o governo está paralisado e tem uma série de coisas que também estão paradas."

NOVA ESTRELA
Depois de um período difícil, a empresa de brinquedos Estrela parte para uma nova aquisição no mercado de infláveis. Segundo Carlos Tilkian, presidente da Estrela, o objetivo é fugir da sazonalidade do mercado de brinquedos, que praticamente pára depois do Natal, época que é a melhor para os infláveis. A empresa tem investido e, em 2004, abriu uma nova planta, ampliou outra e ainda incorporou a marca Jesmar. Para o Dia da Criança e o Natal, a companhia promove cerca de 150 lançamentos de um total de 250 itens que possui nos pontos-de-venda. A expectativa para este ano é crescer 10% em relação ao ano passado. A grande bandeira da empresa para o segundo semestre continua a ser o auxílio à entidade do setor, a Abrinq, no combate à pirataria e à importação ilegal de brinquedos, que chega a roubar uma fatia de estimados 30% do mercado brasileiro.

INADIMPLÊNCIA
O índice de cheques devolvidos em supermercados subiu 25,22% entre janeiro e julho ante o mesmo período de 2004, segundo o Telecheque.

PRORROGADO
Para visitar mais instituições de ensino superior (já foram 35), a AmBev prorrogou do dia 31 para 7 de setembro as inscrições a seu programa de treinamento.

INVESTIMENTO
O governador Luiz Henrique (SC) e representantes da Battistella e da Aliança Navegação Logística acertaram investimento de US$ 100 milhões para construção de um terminal de contâineres na região de Itapoá.

NO CORAÇÃO
O hospital São Luiz acaba de investir US$ 240 mil para adquirir um ultra-som para doenças cardíacas. Ele espera elevar em 50% a demanda pelo exame.

QUEDA PESADA
O nível de emprego da construção pesada registrou queda de 5,97% em julho em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo o Sinicesp (sindicato da indústria da construção pesada de SP), porém, ante o último mês de junho, houve alta de 0,42%. Depois de atingir um nível menor em fevereiro, o índice voltou a subir nos meses seguintes. Em julho, as empresas do sindicato tinham 31.240 empregados.

INOVAÇÃO
A GM lança um novo modelo de relacionamento com clientes paralelamente à chegada do novo Vectra. A instalação "Universo Chevrolet", uma enorme caixa preta com três ambientes, será inaugurada na quinta, no Jockey Club de São Paulo. Ela percorrerá nove capitais até o lançamento oficial do modelo, em outubro. O carro, 100% desenvolvido no Brasil, terá um pré-lançamento para compradores potenciais.

BOLHA AMEAÇADA
Começam a surgir sinais de que a "bolha" no mercado imobiliário americano pode ter atingido o pico, segundo o "New York Times". A taxa de vacância dos aluguéis caiu para 9,8% no segundo trimestre, após ter atingido um recorde histórico de 10,4% no início de 2004. Pesquisas apontam que os preços dos aluguéis também começam a subir após cinco anos, sinal de que as casas em muitas regiões metropolitanas estão tão caras que começa a compensar alugar.

TIME COMPLETO
Coordenada por Juan Quirós (Apex), a feira "Brasil na Reconstrução do Iraque", na Jordânia, terá 151 empresas de 14 setores. Estão confirmadas as presenças de vice-ministros iraquianos de Comércio, Telecomunicações, Indústria, Ciência e Tecnologia, Habitação e Reconstrução, entre outros. Também irão os presidentes da União dos Construtores e da Confederação das Câmaras de Comércio Iraquianas.


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