São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Bovespa se destaca em dia de ganhos nas Bolsas

Mas, mesmo com alta de 2%, queda no mês é forte

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O intenso sobe-e-desce da Bolsa tem exigido dos investidores muita paciência. Após três desanimadores pregões no vermelho, a Bovespa conquistou forte alta de 2,13% ontem, para alcançar os 55.519 pontos.
Os ganhos da Bolsa ontem equivalem a cerca de três meses de rentabilidade da poupança. Mas, para escapar de fechar agosto com perdas, a Bovespa terá de acelerar sua recuperação nesses últimos pregões do mês. Isso porque a queda acumulada em agosto ainda é elevada, de 6,7%.
Os mercados acionários também fecharam em alta ontem nos EUA e na Europa, mas de forma menos acentuada que na Bolsa local. Em Londres, a Bolsa de Valores terminou com valorização de 1,05%.
Nos EUA, houve ganhos de 0,79% no índice Dow Jones e de 0,87% na Nasdaq.
Os dados que demonstraram elevação mais expressiva que o esperado nos pedidos de bens duráveis nos EUA -que subiram 1,3% no mês, contra expectativa de alta de 0,2%- animaram os investidores. Os números sinalizaram, no entendimento do mercado, que a indesejada recessão econômica no país pode ser um risco menor que o temido.
O bom humor do mercado norte-americano apenas foi abafado pelo encarecimento do petróleo, que tem reagido às ameaças de furacão no golfo do México. O produto registrou elevação de 1,62% em Nova York, para encerrar negociado a US$ 118,15.
Para a Petrobras, óleo em alta costuma ser uma notícia favorável. Tanto que ontem as ações preferenciais da estatal se apreciaram 2,95%, e as ordinárias, 2,83%.
"A volatilidade dos mercados segue em alta. O petróleo se mantém como foco das preocupações, conforme os preços sobem com o medo de que a oferta poderia ser afetada pela formação da tempestade tropical no golfo do México.
No Brasil, ainda que a alta dos preços das commodities tenha o potencial de ajudar o mercado e a apreciação do câmbio, o sentimento negativo em relação ao crescimento mundial deverá manter o mau humor nos mercados", avalia o Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco.
No ano, o índice Ibovespa, o principal da Bolsa paulista, registra depreciação de 13,10%, o que coloca o mercado acionário na lanterna do ranking das aplicações.
Até mesmo o dólar, que tem operado no vermelho durante praticamente o ano todo, está com queda acumulada menor em 2008, de 8,72%.
Nas operações de ontem o dólar recuou 0,61%, para encerrar cotado a R$ 1,622.

Bancos em alta
Com o clima menos tenso nos mercados, as ações de bancos conseguiram se recuperar ontem. Na Bovespa, a ação ordinária do Banco do Brasil foi a que teve o melhor resultado do pregão, ao subir 5,4%. Em seguida, apareceram os papéis units do Unibanco (2,7%), os preferenciais do Bradesco (2,3%) e os preferenciais do Itaú (1,09%).
Em Wall Street, destaque para as altas de Merrill Lynch (4,85%), Bank of America (2,17%), Citigroup (1,57%) e JPMorgan Chase (1,45%).
Apesar da surpreendente deflação registrada pelo IGP-M no mês, os juros futuros não caíram na BM&F, o que demonstra que ainda há muito ceticismo em relação ao futuro da inflação. No contrato DI que vence na virada do ano, a taxa foi de 13,88% para 13,90%. O papel mais negociado, com resgate em janeiro de 2010, terminou estável, a 14,69%.


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