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GLOBALIZAÇÃO
Brasil e Argentina tentam pressão sobre europeus
Mercosul quer os EUA na defesa de comércio agrícola mais livre
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
O Brasil e a Argentina querem
que os EUA se posicionem com
relação às negociações para a liberalização do comércio agrícola,
durante a Rodada do Milênio da
OMC (Organização Mundial do
Comércio).
O secretário de Agricultura dos
EUA, Dan Glickman, participará
como convidado especial da reunião do grupo Cairns, que reúne
15 países contrários à prática de
subsídios para o setor agrícola.
Entre os sócios do Cairns estão
Canadá, Austrália, Brasil e Argentina. Os EUA não fazem parte do
grupo.
Hoje, o ministro da Agricultura
brasileiro, Marcus Pratini de Moraes, se reúne com Glickman para
discutir se os EUA irão apoiar o
Cairns no combate aos subsídios.
Os norte-americanos são apontados pelo subsecretário de Relações Econômicas do Mercosul argentino, Jorge Campbell, como
um dos países que mais prejudicam o livre comércio no setor
agrícola.
Dos US$ 362 bilhões gastos
anualmente em subsídios agrícolas, pelos 25 países da OCDE (clube dos países ricos), os EUA são
responsáveis por US$ 100 bilhões.
A campeã é a UE, com US$ 142 bilhões. Os dados foram apresentados por Campbell.
Mas, segundo o subsecretário
argentino, os vizinhos do norte
podem ser um importante aliado
na rodada de negociação da
OMC, que deve começar em novembro, em Seattle (EUA), pois
eles têm demonstrado uma posição mais flexível que a UE. O
apoio dos EUA serviria de pressão
política sobre a posição intransigente da UE.
Pratini afirmou que os EUA
também têm interesse em abrir o
mercado europeu, o mais protecionista, para seus produtos agrícolas. Segundo ele, "os subsídios à
agricultura são responsáveis por
parte da miséria em que vive a
agricultura brasileira".
Além de tentar esclarecer a posição dos EUA, a Argentina pretende sair da reunião do Cairns,
que começou ontem e termina no
domingo, com um comunicado
forte e breve contra a prática de
subsídios no comércio agrícola.
Segundo Campbell, os 15 países-membros do Cairns, embora
defendam o livre comércio para a
agricultura, apresentam interesses diversos. Portanto, seria difícil
chegar a um acordo durante o encontro em Buenos Aires, que especificasse a posição do Cairns
para a negociação em Seattle.
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