São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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VAREJO
Empresas propõem arrendar lojas
Disputas judiciais afetam caso Mappin

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DAVID FRIEDLANDER
da Reportagem Local

O maior caso de falência dos últimos anos, da lojas de departamento Mappin, está se iniciando com uma série de divergências entre o juiz encarregado da questão, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, e a promotora que acompanha o processo, Deborah Pierri.
Como resultado, o processo poderá se atrasar, afetando também as negociações para que as lojas que eram ocupadas pelo Mappin sejam arrendadas por outras empresas do varejo.
Ontem, foram apresentadas ao juiz quatro propostas referentes a esses pontos comerciais, uma delas de um consórcio do qual faz parte a Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil. A Previ é um grande investidor em shopping centers, inclusive no shopping Morumbi, onde o Mappin ocupava uma das maiores lojas.
No mais recente lance judicial do caso, a promotora encaminhou ao Tribunal de Justiça de São Paulo um documento (exceção de suspeição, como é conhecido tecnicamente), pedindo a substituição do juiz. Um dos argumentos dela é de que o processo não deveria mesmo ter ficado com Ferreira e sim com o juiz auxiliar da 18ª Vara de São Paulo. Pelos critérios do Fórum, Ferreira, que é juiz titular, se encarregaria dos processos cujo número de registro é par -o número do processo do Mappin é ímpar.
A promotora também discorda da decisão do juiz de manter os termos do acordo feito com o grupo Pão de Açúcar, antes da decretação de falência do Mappin. O Pão de Açúcar arrendou as duas principais lojas do Mappin -na praça Ramos de Azevedo e no bairro do Itaim. Deborah Pierri já pediu em caráter de urgência a anulação do acordo, alegando que o Pão de Açúcar deveria pagar pelo uso dos pontos comerciais à massa falida.
Como se esperava, as Lojas Americanas e o grupo Renner formalizaram ontem suas propostas de arrendamento de lojas que eram ocupadas pelo Mappin.
Outra empresa, de Osasco, que foi franqueada do Mappin, a Tagliassachi, fez uma oferta por uma única loja, a de Sorocaba. A quarta proposta era de um consórcio formado pelos fundos de pensão dos funcionários do Banco do Brasil e da Sabesp e pelas empresas Construbase e Taquari. A Previ tinha R$ 1,7 bilhão aplicado em imóveis, no final de 98.


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