São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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"CALOTE"
País tenta renegociar seus bradies
Equador afirma ter apoio de três do G-7

das agências internacionais

O Equador conseguiu ontem o respaldo de três países do G-7 (países mais ricos do mundo) na tentativa de convencer o mercado financeiro de que o país tem condições de reestruturar pelo menos a metade do déficit público de US$ 13 bilhões.
O país está perto de fechar um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que deve incluir a renegociação de US$ 6 bilhões em títulos Brady.
O Equador é o primeiro país a buscar a renegociação de bradies, títulos da dívida externa dos países emergentes emitidos nos anos 80. Os títulos do Equador são de 94 -assim como os do Brasil.
Na quarta, o Equador decidiu adiar por 30 dias o pagamento de US$ 96 milhões em bradies.
Alguns analistas consideram a medida um "calote técnico" e temem que o país não honre com as obrigações de outros títulos.
O Equador espera conseguir um desconto na dívida de US$ 1 bilhão que tem com o Clube de Paris.
"Acredito que vamos reduzir nossas obrigações com o Clube de Paris, pois recebi apoio do presidente Bill Clinton (EUA), do presidente da França, Jacques Chirac, e do primeiro-ministro britânico, Tony Blair", disse o presidente do Equador, Jamil Mahuad.
Também está na pauta das conversações com o FMI um pacote de ajuda de US$ 1,2 bilhão. Do total, o país deve receber, de imediato, US$ 400 milhões.
Os títulos da dívida do Equador tiveram ontem uma ligeira queda. O mercado está na expectativa do anúncio de medidas de reestruturação econômica, entre as quais a emissão de um novo título para substituir os bradies.
Entre os problemas da economia equatoriana estão os efeitos da queda na exportação de petróleo e dos danos causados pelas tempestades do fenômeno "El Niño". O Congresso, fragmentado, resiste a aprovar medidas que visam à redução de gastos. Funcionários públicos frequentemente recebem seus salários com atraso.


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