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MERCADO FINANCEIRO
Enquanto a Bovespa subiu 19,6% em sete pregões, o giro foi de R$ 500 milhões ao dia, em média
Volume da Bolsa não segue alta das ações
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dias que antecederam o segundo turno foram de surpresas
no mercado financeiro.
Em sete pregões, a Bovespa acumulou alta de 19,64%. Mas a média do volume financeiro, com exceção de dois desses dias, ainda
não empolga: foi de pouco mais
de R$ 500 milhões.
A justificativa para a alta: o mercado teria percebido que um governo de Luiz Inácio Lula da Silva
não adotaria medidas radicais.
Segundo analistas, investidores
consideraram que o petista se
comprometera com o ajuste fiscal
e com o incentivo à Bovespa.
Entretanto, ao longo da campanha -vale lembrar-, executivos
de bancos e corretoras repetiam
em uníssono que Lula não tinha
credibilidade e, por essa razão,
mesmo que assumisse compromissos desejados pelo mercado financeiro, isso não seria suficiente
para acalmar os investidores.
Vencimentos de opções
Mesmo depois de a Bolsa ter subido em 7,79% em dois pregões
seguidos, o giro financeiro do
exercício de vencimento de opções, na segunda-feira passada,
foi de R$ 238,3 milhões, inferior
ao volume registrado no exercício
de agosto, R$ 318 milhões.
"É difícil explicar por que o volume do exercício foi tão baixo e
por que o mercado passou a comprar Telemar a R$ 25, se na segunda-feira muitos recusavam o papel a R$ 22", diz Luiz Antônio Vaz
das Neves, da corretora Planner.
Compras
Foi na quarta-feira passada que
investidores intensificaram a
compra de ações. Com alta de
5,45% no dia, o pregão movimentou R$ 870 milhões. No dia seguinte, o giro financeiro fechou
em RS 994,137 milhões.
A elevação da recomendação do
banco norte-americano Salomon
Smith Barney de ações brasileiras
ajudou a trazer dinheiro novo para a Bolsa, segundo analistas.
Mas operadores observaram
uma coincidência. A exemplo do
que aconteceu nos últimos dias,
na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições, o cenário antes sombrio, clareou.
A Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) e os C-Bonds acumularam alta de 6,2% e 13,6%, respectivamente, enquanto o risco-país e o dólar caíram. Naqueles
cinco dias, o indicador do banco
JP Morgan recuou 19,64% e o
câmbio acumulou baixa de 6,7%
Na ocasião, também houve um
estímulo vindo de instituição financeira do exterior. A Merrill
Lynch havia elevado a classificação para papéis brasileiros.
Operadores, porém, observaram um movimento estranho nos
C-Bonds. Para eles, o BC comprou os papéis, que estavam desvalorizados.
A melhora nos títulos da dívida
brasileira teria puxado os outros
mercados e ajudado a montar um
cenário mais positivo quando as
atenções no exterior se voltam para as eleições brasileiras.
Na quinta-feira anterior ao primeiro turno, os C-Bonds abriram
em alta. A Bovespa, em razão de
arbitragem, seguiu os ADRs
(American Depositary Receipts,
certificados de depósitos de ações
emitidos e negociados nos EUA),
cujos investidores acompanham
de perto os C-Bonds. Com o panorama melhor, o câmbio cedeu.
Embora difícil de comprovar,
para alguns analistas, o mercado
assistiu ao mesmo filme agora no
segundo turno.
Quanto ao humor para os negócios hoje, boa parte dos analistas
afirma, como Valmir Celestino,
do Banco Safra, que "a Bolsa tem
espaço para alta, mas pode realizar um pouco os lucros nos próximos dias porque subiu muito."
No dia seguinte ao primeiro turno, a Bovespa caiu 4,28% e girou
apenas R$ 271,9 milhões.
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