São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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"Política monetária será mais flexível", afirma o ministro

DA SUCURSAL DO RIO

A "tônica" de um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será a queda da taxa de juros, que "já está dada", e o crescimento econômico acima de 5%, disse o ministro Guido Mantega.
Ele evitou prever o crescimento em 2006, depois de recuar sobre sua estimativa de 4%. Para 2007, mostrou-se otimista: "Neste segundo semestre, a economia está aquecida, crescendo a mais de 4%. Não sei qual vai ser o total [do ano], mas o importante é que 2006 encerra uma fase de crescimento moderado. E, na minha opinião, começa fase de crescimento acelerado." Boa parte da aceleração do crescimento, diz, viria da queda do juro. "A taxa vai cair, já está dado."
O ministro assegurou ainda que, num possível segundo mandato de Lula, a política monetária será "flexibilizada": "Há uma situação virtuosa que nos permite projetar uma política monetária mais flexível".
Segundo Mantega, a inflação abaixo do centro da meta de 4,5% para este ano -na casa dos 3%- e a perspectiva de um índice também inferior ao objetivo do BC para 2007 dão condições à queda dos juros.
"A política monetária conseguiu reduzir a inflação a um patamar adequado e nós até conseguimos ganhar um fôlego porque já temos uma inflação projetada para 2007 abaixo do centro da meta [também de 4,5%]. As projeções são de 3,9% a 4%, o que nos deixa numa situação muito confortável."
Mantega não quis prever quando os juros básicos chegarão a uma taxa real de 5% ao ano. "Seria interferir no trabalho do BC e do Copom."
Para Mantega, o real continuará valorizado em 2007, apesar de considerar possível uma pequena depreciação com importações em alta e menor ingresso de capital externo. "É impossível imaginar a possibilidade de voltar para os R$ 3,20 que nós tínhamos no período em que o Brasil era um país frágil, que não tinha reservas."
Indagado sobre sua permanência na Fazenda, disse que o "tema não está em pauta". "É a última coisa que o presidente Lula está pensando." (PS)


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