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Ação de banco chinês sobe 14,6% na estréia
Papéis do ICBC têm forte valorização na Bolsa de Hong Kong, mas decepcionam investidores de Xangai
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de realizar a maior
abertura de capital da história,
o ICBC (Industrial & Commercial Bank of China) estreou ontem na Bolsa de Hong Kong
com valorização de 14,6% de
suas ações, mas decepcionou os
investidores de Xangai, onde
seu papéis subiram 5,1%.
Maior banco da China, com
ativos de US$ 800 bilhões, o
ICBC captou US$ 21,9 bilhões
nas duas últimas semanas, com
a venda de ações que representam 15% de seu capital. O valor
supera o recorde mundial de
oferta pública inicial de ações,
que pertencia à NTT DoCoMo,
empresa japonesa de telefonia
celular que captou US$ 18,4 bilhões na Bolsa em 1998.
A alta de 14,6% das ações do
ICBC destoou do comportamento global da Bolsa de Hong
Kong, que fechou em baixa de
0,31%. A Bolsa de Xangai teve
queda de 0,19%.
Bolsa de Xangai
O ICBC foi o primeiro dos
três grandes bancos estatais
chineses que abriram capital a
lançar ações simultaneamente
em Hong Kong e Xangai.
Analistas atribuíram a pior
performance em Xangai à recente queda das ações do Bank
of China, que captou US$ 11,2
bilhões quando abriu o capital,
em maio. Os papéis do banco
começaram a ser negociados
em Xangai em julho, com forte
alta, mas se desvalorizaram
desde então.
Outra razão é o pouco desenvolvimento do mercado acionário na China continental. A
Bolsa de Xangai tem caráter
fortemente especulativo e é dominada por estatais, que têm
pobre governança corporativa
e são pouco transparentes.
O lançamento de ações faz
parte do processo de reestruturação dos bancos estatais chineses, que enfrentarão concorrência estrangeira a partir de
2007, quando a China terá que
abrir seu sistema financeiro a
instituições de outros países.
O China Construction Bank
captou US$ 9,2 bilhões em outubro de 2005, e o Bank of China, US$ 11,2 bilhões em maio.
O sucesso das três emissões
mostra que os investidores estão pouco preocupados com a
notória ineficiência dos bancos
chineses e apostam em obter
ganhos com o alto ritmo de
crescimento do país.
A China deve fechar 2006
com expansão próxima de
10,5% e obter índice semelhante em 2007. Desde 1978, a economia chinesa cresce a uma
média de 9,6% ao ano.
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