São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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Ação de banco chinês sobe 14,6% na estréia

Papéis do ICBC têm forte valorização na Bolsa de Hong Kong, mas decepcionam investidores de Xangai

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de realizar a maior abertura de capital da história, o ICBC (Industrial & Commercial Bank of China) estreou ontem na Bolsa de Hong Kong com valorização de 14,6% de suas ações, mas decepcionou os investidores de Xangai, onde seu papéis subiram 5,1%.
Maior banco da China, com ativos de US$ 800 bilhões, o ICBC captou US$ 21,9 bilhões nas duas últimas semanas, com a venda de ações que representam 15% de seu capital. O valor supera o recorde mundial de oferta pública inicial de ações, que pertencia à NTT DoCoMo, empresa japonesa de telefonia celular que captou US$ 18,4 bilhões na Bolsa em 1998.
A alta de 14,6% das ações do ICBC destoou do comportamento global da Bolsa de Hong Kong, que fechou em baixa de 0,31%. A Bolsa de Xangai teve queda de 0,19%.

Bolsa de Xangai
O ICBC foi o primeiro dos três grandes bancos estatais chineses que abriram capital a lançar ações simultaneamente em Hong Kong e Xangai.
Analistas atribuíram a pior performance em Xangai à recente queda das ações do Bank of China, que captou US$ 11,2 bilhões quando abriu o capital, em maio. Os papéis do banco começaram a ser negociados em Xangai em julho, com forte alta, mas se desvalorizaram desde então.
Outra razão é o pouco desenvolvimento do mercado acionário na China continental. A Bolsa de Xangai tem caráter fortemente especulativo e é dominada por estatais, que têm pobre governança corporativa e são pouco transparentes.
O lançamento de ações faz parte do processo de reestruturação dos bancos estatais chineses, que enfrentarão concorrência estrangeira a partir de 2007, quando a China terá que abrir seu sistema financeiro a instituições de outros países.
O China Construction Bank captou US$ 9,2 bilhões em outubro de 2005, e o Bank of China, US$ 11,2 bilhões em maio.
O sucesso das três emissões mostra que os investidores estão pouco preocupados com a notória ineficiência dos bancos chineses e apostam em obter ganhos com o alto ritmo de crescimento do país.
A China deve fechar 2006 com expansão próxima de 10,5% e obter índice semelhante em 2007. Desde 1978, a economia chinesa cresce a uma média de 9,6% ao ano.


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