São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Cresce competição nos serviços de telefonia fixa

Empresas de celular e TV a cabo passam a oferecer produtos residenciais e acirram disputa no mercado

Número de linhas fixas das grandes concessionárias caiu de 37 mi no 1º trimestre de 2006 para 35 mi no mês passado, segundo a Anatel

MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem procura hoje serviço de telefonia fixa não precisa mais se restringir às grandes concessionárias, que dominavam o mercado desde a privatização das teles, em 1998. Com a recente entrada de novas empresas oferecendo serviços residenciais, como a TIM e a Net, o setor começa a ganhar competição e ofertas para o consumidor final.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, o número de linhas fixas em uso nas mãos das grandes concessionárias caiu de 37,4 milhões no primeiro trimestre de 2006 para 35,2 milhões no mês passado.
No mesmo período, o número de linhas totais instaladas passou de 38,8 milhões para 39,1 milhões entre 2006 e 2007. "A participação das novas empresas no mercado já passou de 5,8% em 2005 para 8% em 2006. Neste ano, deve crescer mais", diz Alex Zago, analista sênior de telecomunicações da consultoria IDC.
A Telefônica, que opera em São Paulo e detinha o mercado na região, diz que o movimento não assusta, já que a empresa está preparada para oferecer produtos vantajosos. "É um movimento positivo para o consumidor e isso nos força a pensar em como atendê-los melhor", diz Márcio Fabbris, diretor para o segmento residencial da Telefônica.
Ele explica que a empresa tem perdido principalmente as linhas adicionais dentro das casas, antes utilizadas por famílias numerosas ou para quem tem conexão discada. "No balanço, perdemos linhas primeiro para quem utiliza agora banda larga, depois para o celular e, por último, para novos concorrentes", avalia Fabbris.
A Telemar, que hoje opera com o nome Oi, diz que a competição sempre existiu, principalmente com a telefonia móvel. "As companhias de telefonia fixa tiveram que se reinventar para ficarem mais competitivas, e a Oi já está nesse caminho há mais de um ano, lançando novos planos para competir com o móvel", diz Flávia Bittencourt, diretora de marketing de varejo da empresa.
Para ela, a competição na linha fixa não é grande ainda. "Já temos planos para atender até mesmo o público de baixa renda, e a redução dos números também é reflexo de uma limpeza no sistema, já que muitos terminais antes eram ligados, mas não traziam receita para a empresa."
Conforme Eduardo Guedes, gerente de produto banda larga e voz da Net Serviços, a empresa atingiu em setembro 470 mil assinantes na sua linha fixa telefônica, alta de 308% em relação ao mesmo período de 2006. "Fizemos grande pesquisa de mercado e trouxemos conceitos novos, como uma franquia flexível, na qual o cliente paga R$ 34,90 e gasta como quiser."
Outra operadora que quer conquistar o consumidor residencial é a TIM. A empresa lançou na semana passada seu primeiro produto com linha residencial fixa e diz que há um ano e meio tem plano para o segmento pré-pago e pós-pago de telefonia fixa, com a intenção de reduzir a tarifa.


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