São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Equipe econômica já vê PIB de 2% no próximo ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Integrantes da equipe econômica já avaliam que a economia crescerá só cerca de 2% em 2009, bem menos dos que a expectativa de 3,5% ou 4% alimentada publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e auxiliares. Em 19 de outubro, o ministro Guido Mantega (Fazenda) falou à Folha numa taxa de até 4,5%.
Agora, segundo avaliação reservada da equipe econômica, o PIB de 2009 poderá ficar muito abaixo da esperada pelo presidente. Nas conversas reservadas até duas semanas atrás, Lula dizia que desejava um aumento na casa dos 4%.
Agora, um crescimento de 3,5% ou 4% é considerado uma miragem. Lula passou a receber informações mais pessimistas sobre os efeitos da crise, o que ajuda a explicar a edição na semana passada da MP (medida provisória) 443 -ela permite que os bancos oficiais adquiram parcial ou totalmente bancos ou empresas de qualquer setor em dificuldades.
Agora, um crescimento na faixa dos 2% é considerado internamente como o cenário mais provável para 2009, e isso perturba Lula politicamente.
Há uma corrente interna do governo que avalia que Lula deveria sacrificar mais o crescimento de 2009 a fim de tentar recuperar a boa onda econômica em 2010, ano de sucessão presidencial. Mas Lula tem dificuldade em acreditar que, pisando no freio em 2009, voltará a acelerar em 2010. Teme a repetição da virada de 2004 para 2005, quando foi colhido pelo escândalo do mensalão com economia frágil.
Na pesquisa semanal Focus do BC com analistas de mercado, a expectativa para o PIB no próximo ano caiu de 3,35% para 3,10%. Para 2008, teve um pequeno aumento de 5,22% para 5,23%.


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