São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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EUROPA

Com recessão iminente, BCE sinaliza novo corte de juros

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

Tudo indica que entre os europeus a questão não é mais se haverá uma recessão econômica no continente, mas qual vai ser sua profundidade e duração.
Ontem a impressão foi reforçada pelo presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, que prenunciou um corte de juros na próxima semana, deixando claro que a desaceleração da economia preocupa bem mais que a inflação.
Os comentários de Trichet foram bem recebidos, mas não o suficiente para evitar oscilação no mercado. O índice de ações européias FTSEurofirst 300 fechou em queda de 1,65%, a 816 pontos.
Entre os principais mercados, Frankfurt subiu 0,91% -estimulado pelo anúncio de que a Porshe aumentará sua participação na Volkswagen-, mas Londres caiu 0,79% e Paris recuou 3,96%.
Os temores de recessão que têm mantido as bolsas européias no vermelho foram intensificados ontem com os sinais de pessimismo na maior economia do continente, que alguns já acreditam estar em recessão. Segundo o respeitado instituto Ifo, o índice de confiança dos empresários alemães na economia caiu a seu nível mais baixo em cinco anos.
A pesquisa, com 7.000 executivos, mostrou ainda que as expectativa sobre o desempenho econômico do país é a pior desde a reunificação da Alemanha, em 1991. Depois de ter sofrido no segundo trimestre a primeira contração em quatro anos, a economia alemã deve repetir o desempenho no terceiro, indicam analistas, caracterizando uma recessão.
"A crise financeira está se tornando uma crise econômica plena", disse o economista Juergen Michels, do Citigroup em Londres. "Cairemos não apenas em uma estagnação, mas em uma recessão. O cenário é sombrio".
Diante disso, o presidente do BCE foi claro: "Considero possível que o Conselho de Governo reduza as taxas de juros mais uma vez", disse Trichet em Madri, sobre a reunião do próximo dia 6. A expectativa é de que os juros baixem de 3,75% para 3,25%. O mesmo corte foi adotado pelo BCE em uma ação coordenada, no mês passado.

Com agências internacionais



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