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Brasil continua a ser mais esperança que certeza, diz Krugman
DA REDAÇÃO
O Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou
que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante
a crise global, mas que o país
continua a ser mais uma "esperança" do que uma certeza
de crescimento.
"Todos conhecem a piada
de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda
não vemos no Brasil o tipo de
crescimento que encontramos na Ásia. Então, eu acredito que segue sendo uma esperança, e não uma perspectiva certa", disse ontem, em
palestra em Buenos Aires.
Segundo ele, a reação da
economia brasileira não é
garantia de sucesso no futuro. "Nem sempre é certo que
o bom desempenho em um
ciclo de negócio seja presságio de crescimento futuro."
Afirmou ainda que, no momento, o Bric (grupo das
economias consideradas
mais promissoras) deveria
ser formado apenas por China e Índia, "porque conseguiram esse descolamento,
mas o Brasil ainda não, e a
Rússia é um animal completamente diferente".
Krugman disse que o Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de
exportação exitosas", o que
faz com que muita gente diga
que o país tem perspectivas
excelentes de crescimento.
Porém, ele alerta de que há
pessoas que vêm afirmando
"há décadas" a mesma coisa
sobre a economia brasileira.
Sobre os efeitos da crise
global no Brasil, o economista afirmou que o país foi afetado, mas não muito. Para
ele, isso ocorreu porque o
país não está tão exposto ao
comércio mundial e "também porque estabeleceu
uma estrutura financeira
muito mais sólida".
"Os bancos se comportaram muito bem e, por isso, o
mundo quer trazer dinheiro
para o Brasil, o que cria problemas para a competitividade das suas exportações."
Krugman também disse
que a América Latina é, depois da Ásia, a região com
melhores perspectivas para
sair da crise. Afirmou, porém, não ter certeza de que
os efeitos negativos da crise
já sejam coisa do passado.
Com agências internacionais
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