São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2001

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Força Sindical ganha crachá; CUT é barrada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A forma de acesso dos líderes sindicais e de entidades de classe ao Salão Verde da Câmara ontem variou de acordo com a corrente política e os métodos adotados pelos dirigentes.
Enquanto a CUT e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), contrários ao projeto, precisaram de habeas corpus para chegar às portas do plenário, a Força Sindical e a SDS, favoráveis, tiveram direito a crachá com foto.
"Fui pelas vias normais. A assessoria da Força Sindical pediu o credenciamento. Bastou entregar uma carta da entidade, fotos e pronto", declarou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
"Se a CUT quiser, a gente pode ver se consegue para eles também", provocou o sindicalista, que portava um crachá válido até 2003. O presidente da SDS, Enilson Simões, o Alemão, contou uma história parecida para explicar o crachá que usava.
"Não teve problema nenhum. Foi só procurar a segurança da Câmara. Mas tem gente que prefere usar outros meios para criar tumulto", completou.

Liminar
Para chegar ao salão, galerias, gabinetes e comissões da Câmara, o presidente da CUT, João Felício, teve de mostrar duas vezes à segurança da Casa a liminar (garantindo habeas corpus) concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence.
"Entrei com a liminar na mão para convencer os deputados a não votar esse projeto. Apresentei uma vez. Na segunda, ainda tentaram me impedir de entrar", disse Felício.

Bate-boca
A diferença no tratamento provocou bate-boca no Salão Verde. O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), protestava contra a seleção feita para permitir a entrada na Câmara quando foi interrompido pelo dirigente da Força Sindical Carlos Lacerda.
"Em vez de o senhor ficar aí gritando, deveria ir liberar nosso pessoal que quer entrar", disse o sindicalista. "Você está me provocando, me agredindo. Cadê a segurança para proteger o congressista? Quem está a favor do projeto pode entrar e quem está contra é barrado", reagiu Pinheiro.
O presidente da Anamatra, Hugo Melo Filho, afirmou que, mesmo com a liminar autorizando a entrada de juízes do trabalho na Câmara dos Deputados, a segurança só permitiu que seis magistrados citados nominalmente no habeas corpus pudessem ir até o Salão Verde.
"Tivemos de conversar com o chefe de gabinete da presidência para liberar, somente às 15h30, a entrada dos demais juízes", relatou o presidente da associação.
A Câmara pediu no Supremo a revogação da liminar. A direção da Casa argumentou que cabe ao presidente da Casa decidir sobre a segurança na Câmara.


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