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Força Sindical ganha
crachá; CUT é barrada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A forma de acesso dos líderes
sindicais e de entidades de classe
ao Salão Verde da Câmara ontem
variou de acordo com a corrente
política e os métodos adotados
pelos dirigentes.
Enquanto a CUT e a Anamatra
(Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho),
contrários ao projeto, precisaram
de habeas corpus para chegar às
portas do plenário, a Força Sindical e a SDS, favoráveis, tiveram direito a crachá com foto.
"Fui pelas vias normais. A assessoria da Força Sindical pediu o
credenciamento. Bastou entregar
uma carta da entidade, fotos e
pronto", declarou o presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho.
"Se a CUT quiser, a gente pode
ver se consegue para eles também", provocou o sindicalista,
que portava um crachá válido até
2003. O presidente da SDS, Enilson Simões, o Alemão, contou
uma história parecida para explicar o crachá que usava.
"Não teve problema nenhum.
Foi só procurar a segurança da
Câmara. Mas tem gente que prefere usar outros meios para criar
tumulto", completou.
Liminar
Para chegar ao salão, galerias,
gabinetes e comissões da Câmara,
o presidente da CUT, João Felício,
teve de mostrar duas vezes à segurança da Casa a liminar (garantindo habeas corpus) concedida pelo
ministro do Supremo Tribunal
Federal Sepúlveda Pertence.
"Entrei com a liminar na mão
para convencer os deputados a
não votar esse projeto. Apresentei
uma vez. Na segunda, ainda tentaram me impedir de entrar", disse Felício.
Bate-boca
A diferença no tratamento provocou bate-boca no Salão Verde.
O líder do PT na Câmara, Walter
Pinheiro (BA), protestava contra
a seleção feita para permitir a entrada na Câmara quando foi interrompido pelo dirigente da Força Sindical Carlos Lacerda.
"Em vez de o senhor ficar aí gritando, deveria ir liberar nosso
pessoal que quer entrar", disse o
sindicalista. "Você está me provocando, me agredindo. Cadê a segurança para proteger o congressista? Quem está a favor do projeto pode entrar e quem está contra
é barrado", reagiu Pinheiro.
O presidente da Anamatra, Hugo Melo Filho, afirmou que, mesmo com a liminar autorizando a
entrada de juízes do trabalho na
Câmara dos Deputados, a segurança só permitiu que seis magistrados citados nominalmente no
habeas corpus pudessem ir até o
Salão Verde.
"Tivemos de conversar com o
chefe de gabinete da presidência
para liberar, somente às 15h30, a
entrada dos demais juízes", relatou o presidente da associação.
A Câmara pediu no Supremo a
revogação da liminar. A direção
da Casa argumentou que cabe ao
presidente da Casa decidir sobre a
segurança na Câmara.
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