São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2001

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CADE

Empresa diz que cumpre normas

AmBev abusa de poder, dizem distribuidoras

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os membros do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) podem ser processados pelo Ministério Público Federal, em ação penal, por improbidade administrativa no caso da AmBev. Anteontem, o Ministério Público Federal, com a Associação Regional das Distribuidoras Antarctica -Abradisa Regional 12-, ajuizou medida cautelar com o objetivo de levantar dados que comprovem prática comercial abusiva da AmBev.
As distribuidoras da Antarctica do interior de São Paulo e de parte de Minas Gerais acusam a AmBev de abuso do poder econômico, como vendas diretas a clientes e imposição de margem de lucro.
Quanto ao Cade, a acusação é de omissão no acompanhamento do caso. Ontem, em reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o diretor de relações corporativas da AmBev, Milton Seligman, rebateu as denúncias.
Seligman, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, afirmou que todas as determinações estabelecias pelo Cade na aprovação da fusão da Antarctica com a Brahma, que gerou a criação da AmBev, estão sendo cumpridas.
No caso das vendas diretas, Seligman argumentou que, nas vendas aos grandes clientes (os hipermercados), a margem de lucro é muito baixa, o que impede a participação das distribuidoras.
O presidente do Cade, João Grandino Rodas, afirmou que autarquia não identificou descumprimento, pela AmBev, do termo de metas estabelecido na aprovação da fusão.
Segundo as distribuidoras, a Secretaria de Direito Econômico não instaurou inquérito para apurar suspeitas de práticas abusivas de poder econômico por parte da AmBev, o que teria sido determinado pelo Cade na aprovação da fusão.
Elas afirmam que caberia ao Cade cobrar da SDE a instauração do inquérito. Esse é um dos pontos que sustentam a suspeita do Ministério Público de omissão do Cade.


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