FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES

A tensão entre o governo De la Rúa e o FMI tem crescido nos últimos dias. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, teria reclamado da pressão feita pelo Fundo para que o país abandone o regime de conversibilidade (um peso vale um dólar).
Cavallo desabafou em uma reunião com empresários, banqueiros e funcionários na noite de domingo, segundo informação do "Clarín". O mercado reagiu com nova alta do risco-país e queda da Bolsa argentina. A perda do apoio do FMI à conversibilidade enfraquece o discurso do governo de manutenção do atual sistema de câmbio. O risco-país subiu para 2.901 pontos básicos e o Merval caiu 2,3%.
Após o fechamento dos mercados, o vice-ministro da Economia, Daniel Marx, disse que a operação de troca da dívida externa terá diferentes papéis com jurisdição internacional e liquidez própria.
Uma missão do FMI está no país a fim de avaliar as contas públicas para poder liberar o US$ 1,26 bilhão que a Argentina espera para dezembro. Como o déficit público deste ano deve ficar cerca de US$ 1,3 bilhão acima do acertado com o FMI, o país espera um "waiver" (perdão) para que o desembolso não seja bloqueado.




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