São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2001

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Crítico de plano oficial para IR é fariseu, diz Malan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"É hipocrisia e farisaísmo dizer que os trabalhadores serão prejudicados pela proposta do governo", disse ontem o ministro Pedro Malan (Fazenda) ao comentar as propostas de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.
Malan disse que a proposta do governo, que previa a criação de novas alíquotas para compensar a correção do limite de isenção, beneficiaria 97,3% dos contribuintes. "Apenas 117 mil pessoas pagariam mais para que 4,2 milhões fossem beneficiadas", explicou.
A proposta do governo foi uma resposta à correção de 35,29% que vem sendo analisada pela Câmara dos Deputados, mas foi descartada na negociação. Hoje, a tendência dos deputados é corrigir a tabela do IR em 20% sem criar novas alíquotas.
O ministro disse aos senadores que estavam na Comissão de Assuntos Econômicos que o governo poderá ter de aumentar impostos ou cortar gastos caso um reajuste sem compensações seja aprovado pelo Congresso. Criticou os congressistas que estão defendendo correções para todas as faixas de renda e chegou a dizer que muitos naquela sala onde ele estava -na comissão- poderiam ter de pagar mais pela proposta do governo. "Mas quem ganha mais de R$ 9.374 não é povo ou classe média."
Segundo ele, nenhum país do mundo tem um limite de isenção equivalente a duas vezes a renda per capita nacional.
Pela proposta do governo, o limite passaria a ser de R$ 1.377 (renda bruta), quando a renda per capita é de R$ 600.
Malan também criticou os partidos de oposição que, segundo ele, sempre reclamaram da necessidade de maior progressividade na tabela.


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