São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Outro lado

Siderúrgica diz exigir que lei seja cumprida

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O vice-presidente-executivo da Cosipar (Companhia Siderúrgica do Pará), Cláudio Monteiro, disse via e-mail que a empresa "faz um grande esforço" para evitar o uso de carvão vegetal produzido em carvoarias que utilizem trabalho em condições análogas à escravidão.
Segundo Monteiro, a siderúrgica exige dos fornecedores a apresentação de cópias das guias de recolhimento de INSS e FGTS dos funcionários para atestar o cumprimento das leis trabalhistas.
"Sem esse procedimento [apresentação das guias], o carvão não é desembarcado", disse.
Segundo ele, até agora a empresa não sofreu restrições nem questionamentos pelo mercado americano sobre esse assunto.
A Cosipar produz 500 toneladas de ferro-gusa -liga metálica utilizada na produção do aço-, das quais que 350 toneladas são destinadas a exportação. Parte vai para a indústria automobilística.
Para o delegado regional do Trabalho no Pará, Jorge Lopes de Farias, "as providência tomadas no Brasil pelo Ministério do Trabalho e outros órgãos como Ministério Público do Trabalho já vêm inibindo paulatinamente o emprego de mão-de-obra [análoga à escravidão]".
Segundo ele, as siderúrgicas firmaram termos de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho ou com o próprio Ministério do Trabalho, pelos quais se comprometeram a não comprar carvão vegetal de empresas que usem mão-de-obra escrava ou infantil.
Para Farias, os casos de trabalho em condições análogas à escravidão encontrados na produção de carvão vegetal são resultado da falta de alternativa de trabalho na região, da carência de qualificação profissional e da exploração desses fatores por "maus empresários".


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