|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Outro lado
Siderúrgica diz exigir que lei seja cumprida
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O vice-presidente-executivo da Cosipar (Companhia Siderúrgica do Pará), Cláudio Monteiro, disse via e-mail que a empresa "faz um grande esforço"
para evitar o uso de carvão
vegetal produzido em carvoarias que utilizem trabalho em condições análogas à escravidão.
Segundo Monteiro, a siderúrgica exige dos fornecedores a apresentação de
cópias das guias de recolhimento de INSS e FGTS
dos funcionários para
atestar o cumprimento
das leis trabalhistas.
"Sem esse procedimento [apresentação das
guias], o carvão não é desembarcado", disse.
Segundo ele, até agora a
empresa não sofreu restrições nem questionamentos pelo mercado americano sobre esse assunto.
A Cosipar produz 500
toneladas de ferro-gusa
-liga metálica utilizada na
produção do aço-, das
quais que 350 toneladas
são destinadas a exportação. Parte vai para a indústria automobilística.
Para o delegado regional
do Trabalho no Pará, Jorge Lopes de Farias, "as
providência tomadas no
Brasil pelo Ministério do
Trabalho e outros órgãos
como Ministério Público
do Trabalho já vêm inibindo paulatinamente o emprego de mão-de-obra
[análoga à escravidão]".
Segundo ele, as siderúrgicas firmaram termos de
ajustamento de conduta
com o Ministério Público
do Trabalho ou com o próprio Ministério do Trabalho, pelos quais se comprometeram a não comprar carvão vegetal de empresas que usem mão-de-obra escrava ou infantil.
Para Farias, os casos de
trabalho em condições
análogas à escravidão encontrados na produção de
carvão vegetal são resultado da falta de alternativa
de trabalho na região, da
carência de qualificação
profissional e da exploração desses fatores por
"maus empresários".
Texto Anterior: EUA investigam trabalho escravo no Brasil Próximo Texto: Negociação na OMC para retomar Doha deve ficar para 2007 Índice
|