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Crise faz banco brasileiro valer mais do que instituição dos EUA
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
No epicentro da crise imobiliária, os bancos americanos viram seu valor de mercado derreter no último ano e se aproximar do valor em Bolsa de instituições com menos de um décimo de seu tamanho em ativos,
como os bancos brasileiros.
Com valor de mercado de
US$ 53,5 bilhões na última sexta, o Bradesco passou instituições financeiras como a American Express (que valia US$ 53,1
bilhões), o Morgan Stanley
(US$ 51,9 bilhões), o Bank of
New York (US$ 50 bilhões) e a
Merryll Lynch (US$ 46,9 bilhões), segundo a consultoria
Economática.
Só o Citigroup perdeu mais
da metade de seu valor de mercado desde o início do ano passado. O banco valia US$ 132,7
bilhões no dia 25 -52,16% menos do que os US$ 277,4 bilhões
do início de janeiro de 2007.
Com a queda no preço das
ações, o Citigroup fica apenas
148% mais caro em Bolsa do
que o brasileiro Bradesco.
O Citigroup, porém, é um
conglomerado mais de dez vezes maior do que o Bradesco.
Tinha ativos totais de US$
1,882 trilhão em junho do ano
passado, último ranking da revista "The Bankers". À época, o
o Bradesco somava cerca de
US$ 143,1 bilhões em ativos
-7,6% do gigante americano.
Para Peter Shaw, analista americano de bancos da agência
Fitch, as instituições brasileiras vivem uma realidade diversa da dos concorrentes americanos, que hoje assumem perdas bilionárias com créditos
ruins. "O que levou a isso foi
uma precificação muito ruim
do risco que os bancos americanos estavam carregando. O
mercado hoje não sabe como
precificar Merrill Lynch. No
caso dos bancos brasileiros, [a
valorização] se deve à expectativa de ganhos com o [potencial] mercado de crédito. Mas
será que essa curva [de valorização] pode continuar? Será difícil, os primeiros ganhos são
sempre mais fáceis", diz Shaw.
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