São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Crise faz banco brasileiro valer mais do que instituição dos EUA

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

No epicentro da crise imobiliária, os bancos americanos viram seu valor de mercado derreter no último ano e se aproximar do valor em Bolsa de instituições com menos de um décimo de seu tamanho em ativos, como os bancos brasileiros.
Com valor de mercado de US$ 53,5 bilhões na última sexta, o Bradesco passou instituições financeiras como a American Express (que valia US$ 53,1 bilhões), o Morgan Stanley (US$ 51,9 bilhões), o Bank of New York (US$ 50 bilhões) e a Merryll Lynch (US$ 46,9 bilhões), segundo a consultoria Economática.
Só o Citigroup perdeu mais da metade de seu valor de mercado desde o início do ano passado. O banco valia US$ 132,7 bilhões no dia 25 -52,16% menos do que os US$ 277,4 bilhões do início de janeiro de 2007.
Com a queda no preço das ações, o Citigroup fica apenas 148% mais caro em Bolsa do que o brasileiro Bradesco.
O Citigroup, porém, é um conglomerado mais de dez vezes maior do que o Bradesco. Tinha ativos totais de US$ 1,882 trilhão em junho do ano passado, último ranking da revista "The Bankers". À época, o o Bradesco somava cerca de US$ 143,1 bilhões em ativos -7,6% do gigante americano. Para Peter Shaw, analista americano de bancos da agência Fitch, as instituições brasileiras vivem uma realidade diversa da dos concorrentes americanos, que hoje assumem perdas bilionárias com créditos ruins. "O que levou a isso foi uma precificação muito ruim do risco que os bancos americanos estavam carregando. O mercado hoje não sabe como precificar Merrill Lynch. No caso dos bancos brasileiros, [a valorização] se deve à expectativa de ganhos com o [potencial] mercado de crédito. Mas será que essa curva [de valorização] pode continuar? Será difícil, os primeiros ganhos são sempre mais fáceis", diz Shaw.


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