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Petrobras e Ultra farão proposta para comprar Esso
Negócio deve oscilar entre
R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras estuda, em conjunto com o Grupo Ultra, uma
proposta para a aquisição da rede de postos da norte-americana Exxon Mobil, que opera no
país com a marca Esso. O valor
do negócio deve oscilar entre
R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão, segundo apurou a Folha.
Presente no país há 96 anos,
a Esso é dona de uma participação de mercado de 8% no setor
de combustíveis, que só fez cair
nos últimos anos. Tem em sua
rede 1.800 postos.
Diante da insatisfação com
os resultados de seus negócios
na América do Sul, a matriz colocou à venda suas operações
em cinco países: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.
À Petrobras, interessaria apenas os ativos no Brasil.
Se entrar em parceria, a Petrobras deverá analisar os municípios onde ficará com uma
participação de mercado superior a 50% e repassar os postos
nessas localidades ao Ultra.
Com isso, a estatal evitaria o
risco de ver o negócio barrado
pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Caso vingue, o consórcio
com o Ultra repete parceria
montada para a compra da rede de postos da Ipiranga.
Na época, a Petrobras ficou
com os postos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste -25%
das 4.400 unidades da Ipiranga- e o Ultra com a rede no Sul
e Sudeste -75% do total. O negócio chegou a R$ 4 bilhões, incluindo os ativos da Ipiranga
na área petroquímica, divididos entre Petrobras e Braskem.
Com a compra da Ipiranga, a
Petrobras ficou com uma participação de mercado de 46%. Se
levasse a Esso sozinha, chegaria a 54%. Por isso, teria optado
pela associação.
Oficialmente, o Ultra informou que "tem interesse em
crescer na área de distribuição
de combustíveis no Brasil" por
meio da aquisição de ativos, incluindo os da Esso, caso venham a ser "alienados" [vendidos]. Não confirmou, porém, a
proposta conjunta.
A Folha apurou que, se a Petrobras desistir do negócio, o
Ultra pretende apresentar sozinho uma proposta para a rede de postos da Esso.
Além da Petrobras e do Ultra, também estariam interessados a Shell e a distribuidora
brasileira Alesat, segundo executivos do mercado ouvidos
pela reportagem.
Procurada, a Petrobras informou oficialmente que desconhece a informação sobre
uma eventual proposta à Esso.
Nova distribuidora
Paralelamente à negociação
com a Esso, a Petrobras vai
criar uma nova distribuidora
para administrar os postos adquiridos da Ipiranga.
Segundo o presidente da BR,
José Eduardo Dutra, a nova
empresa será criada para gerir
os ativos que eram da Ipiranga
até que o Cade aprove a compra
da empresa.
A nova distribuidora, diz, será 100% controlada pela Petrobras e terá uma estrutura "bastante enxuta". Sua criação foi
necessária porque a cisão (separação) dos ativos da Ipiranga
já foi concluída e a parte que
coube à Petrobras não poderia
ficar mais na empresa nem migrar para a BR enquanto o Cade
não termina o julgamento.
Diante de tal cenário, diz, a
única alternativa foi constituir
a nova distribuidora, que não
terá nenhuma vinculação legal
com a BR. "É uma situação atípica, mas necessária e passageira", diz. Se o Cade aprovar o negócio, os ativos da Ipiranga migram para a BR, e a nova distribuidora deixa de existir.
De acordo com Dutra, o Cade
deve analisar a concentração de
mercado em cada município e
determinar a venda de postos
onde a participação superar
50%.
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