|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras anuncia volta ao setor de mineração
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A Petrobras quer competir
no setor de mineração e investirá, em parceria, na exploração
de uma mina de potássio no
Amazonas, numa reserva encontrada pela companhia no
município de Nova Olinda, a
135 km de Manaus.
O interesse da estatal decorre do fato de o Brasil ser altamente dependente de importações do mineral, utilizado como insumo para fertilizantes.
Cerca de 80% do produto é importado, e o governo lançou
uma ofensiva para reduzir o déficit, identificado como um gargalo à produção agrícola.
Para abrir uma mina no local,
a Petrobras busca parcerias e
enviará convites a empresas
que tenham experiência em
mineração já no próximo mês,
segundo o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa.
A Petrobras impõe, porém,
uma condição: ser majoritária
no negócio -cujo investimento
não foi ainda definido. A estatal
estuda, diz Costa, a concessão
de parte dos direitos de exploração da mina ou contratar
uma mineradora sob o regime
de prestação de serviços -ou
seja, a empresa é remunerada
pelo trabalho, mas sem participar da sociedade.
O projeto marca o retorno da
Petrobras à mineração. Após
encontrar uma reserva também de potássio em Sergipe na
década de 80, a companhia
criou a subsidiária Petromisa,
que explorou a mina de 1988 a
1990, quando foi extinta no governo Collor. A mina foi repassada à então Vale do Rio Doce.
A Vale continua a explorá-la,
sendo a única produtora de potássio do país. Costa não descartou parceria com a Vale.
"Não temos o conhecimento
necessário na área, e, por isso,
vamos buscar parcerias. [E a
Vale] é um nome respeitável."
Procurada, a Vale não se manifestou sobre o interesse. O
perfil da companhia, porém, é o
de ter participações majoritárias em projetos de mineração.
Fertilizantes
Em linha com o interesse do
governo de fomentar a produção doméstica de fertilizantes,
a Petrobras vai investir US$ 2
bilhões na construção de uma
fábrica com capacidade de 1 milhão de toneladas/ano de ureia
e amônia a partir de 2013.
Tal volume dobra a produção
das duas fábricas da companhia, na Bahia e em Sergipe. A
definição sobre o local da terceira unidade sairá em 15 dias.
Atualmente, só a Petrobras e
a Fosfértil (criada a partir de
um ex-subsidiária da Petrobras, a Petrofértil, também extinta no governo Collor) produzem os fertilizantes amônia e
ureia. Juntas, atendem somente 45% do mercado doméstico.
Costa descartou buscar parceiros para a nova unidade, que
será capaz de suprir o consumo
atual dos dois fertilizantes. "A
Petrobras vai fazer a planta sozinha. A produção de fertilizantes é estratégica, importante."
Texto Anterior: Crise derruba produção de minério da Vale em 26% Próximo Texto: Justiça manda elevar tarifa de energia em PE Índice
|