São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Petrobras anuncia volta ao setor de mineração

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A Petrobras quer competir no setor de mineração e investirá, em parceria, na exploração de uma mina de potássio no Amazonas, numa reserva encontrada pela companhia no município de Nova Olinda, a 135 km de Manaus.
O interesse da estatal decorre do fato de o Brasil ser altamente dependente de importações do mineral, utilizado como insumo para fertilizantes. Cerca de 80% do produto é importado, e o governo lançou uma ofensiva para reduzir o déficit, identificado como um gargalo à produção agrícola.
Para abrir uma mina no local, a Petrobras busca parcerias e enviará convites a empresas que tenham experiência em mineração já no próximo mês, segundo o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa.
A Petrobras impõe, porém, uma condição: ser majoritária no negócio -cujo investimento não foi ainda definido. A estatal estuda, diz Costa, a concessão de parte dos direitos de exploração da mina ou contratar uma mineradora sob o regime de prestação de serviços -ou seja, a empresa é remunerada pelo trabalho, mas sem participar da sociedade.
O projeto marca o retorno da Petrobras à mineração. Após encontrar uma reserva também de potássio em Sergipe na década de 80, a companhia criou a subsidiária Petromisa, que explorou a mina de 1988 a 1990, quando foi extinta no governo Collor. A mina foi repassada à então Vale do Rio Doce.
A Vale continua a explorá-la, sendo a única produtora de potássio do país. Costa não descartou parceria com a Vale. "Não temos o conhecimento necessário na área, e, por isso, vamos buscar parcerias. [E a Vale] é um nome respeitável."
Procurada, a Vale não se manifestou sobre o interesse. O perfil da companhia, porém, é o de ter participações majoritárias em projetos de mineração.

Fertilizantes
Em linha com o interesse do governo de fomentar a produção doméstica de fertilizantes, a Petrobras vai investir US$ 2 bilhões na construção de uma fábrica com capacidade de 1 milhão de toneladas/ano de ureia e amônia a partir de 2013.
Tal volume dobra a produção das duas fábricas da companhia, na Bahia e em Sergipe. A definição sobre o local da terceira unidade sairá em 15 dias.
Atualmente, só a Petrobras e a Fosfértil (criada a partir de um ex-subsidiária da Petrobras, a Petrofértil, também extinta no governo Collor) produzem os fertilizantes amônia e ureia. Juntas, atendem somente 45% do mercado doméstico.
Costa descartou buscar parceiros para a nova unidade, que será capaz de suprir o consumo atual dos dois fertilizantes. "A Petrobras vai fazer a planta sozinha. A produção de fertilizantes é estratégica, importante."


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