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"LG foi infantil", diz presidente da Philips
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Philips no
Brasil, Paulo Zottolo, classificou como "infantil" a decisão
da concorrente LG Eletronics
de suspender as operações na
Zona Franca de Manaus.
"Em vez de parar e negociar
com o governo do Amazonas, a
empresa simplesmente diz
"não quero mais brincar" e suspende suas operações? É uma
atitude, no mínimo, infantil de
uma empresa", diz. "Quando
nos sentimos prejudicados,
nossa atitude foi procurar o governo [Amazonas] e negociar."
A disputa entre os fabricantes de televisores daquela região começou em 2003, quando
o governo do Amazonas fez
uma alteração na lei de incentivo fiscal que obrigava as empresas a um pagamento maior de
ICMS caso fizessem novos projetos de investimento. LG e Cineral não aderiram à mudança
e continuaram com isenção de
mais de 85% de ICMS até 2013.
Os demais fabricantes (Philips, Semp Toshiba, Gradiente e
Samsung), que aderiram à nova
lei, têm isenção de 55% até
2023 quando termina a ZFM.
Os empresários reclamaram
que perderam competitividade
porque a LG teria aproveitado o
benefício fiscal para "jogar nos
preços dos produtos", causando concorrência desleal. A Philips ameaçou transferir a fábrica da ZFM para outra região.
Em abril, o governo do Amazonas anunciou que elevaria por
decreto o ICMS devido pela LG.
"Se compararmos, ano a ano,
os benefícios dados a LG e Philips, dá uma diferença de 30
milhões. Estou feliz com a atitude do governo de rever os benefícios usados de forma não-ética no mercado", diz Zottolo.
"Com os incentivos recebidos, os preços [da LG] chegavam a ser 12% a 15% menores
que os do mercado. Ou passavam os benefícios para os preços ou usavam em mídia. O gasto da LG em comunicação nos
últimos dois anos foi maior do
que qualquer outra empresa."
A venda de TVs chegou a
10,85 milhões em 2006, diz a
Eletros (fabricantes). No setor,
que não divulgou dados por
empresa, fala-se que, até 2006,
a Philips liderava a venda de
TVs (tubos). No primeiro trimestre deste ano, a LG teria assumido a ponta, com 28%, seguida por Semp Toshiba e Philips, com 20% cada uma. No
mercado de plasma e LCD, a
LG teria 41%. Samsung e Philips teriam 20% cada uma.
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