São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Alta do combustível eleva tarifa de companhias aéreas de baixo custo

Empresas americanas aumentam valores de passagens e buscam alternativas

DO "NEW YORK TIMES"

Por anos, a Southwest Airlines e a JetBlue operaram sob limites voluntários de preços de passagem, prometendo aos viajantes que nenhum trajeto custaria mais de US$ 299.
Bons tempos, aqueles. Agora, se você quiser viajar de Boston para Long Beach (Califórnia), a passagem da JetBlue custará US$ 599. Uma passagem só de ida de Manchester (New Hampshire) a Ontario (Califórnia) agora é vendida por US$ 414 pela Southwest.
As linhas aéreas de baixo custo nos EUA já não custam tão pouco. O preço do combustível de aviação -que subiu mais de 80% em 2007- está forçando as empresas a elevarem acentuadamente algumas de suas tarifas e a se reinventarem para atrair não apenas os interessados em baixos preços mas também os viajantes de negócios, que em geral compram suas passagens no último momento e por isso pagam mais caro.
"A realidade é que os preços das passagens têm de subir", disse Davis Ridley, vice-presidente de marketing e gestão de receita da Southwest. "A aritmética não funciona se transportarmos cinco pessoas pelo país por US$ 99."
Companhias aéreas como a Southwest, a JetBlue e a AirTran conseguiram oferecer passagens baratas por anos devido aos seus custos operacionais mais baixos, propiciados por fatores como frotas de aviões mais simples e redes menos extensas de rotas. Os preços baixos e o rápido crescimento que elas obtiveram forçaram as companhias de maior porte a reduzirem tarifas sempre que essas concorrentes chegavam a um novo mercado.
Elas continuam a oferecer bons preços para os passageiros que compram passagens com muita antecedência, viajam fora de temporada ou em horários menos populares. Mas, em termos gerais, está se tornando mais difícil encontrar uma pechincha, e elas agora começam a acompanhar as rivais maiores na alta das passagens, que já subiram 18% até agora. Os especialistas do setor dizem que a linha que separa as companhias de baixas tarifas e as maiores empresas do setor está se estreitando. "Não temos mais a imensa diferença que existia no começo da década", disse Philip Baggaley, analista da Standard & Poor's. A JetBlue e a AirTran, que seguiram o exemplo das companhias maiores e estão cobrando pelo embarque de bagagem (a partir da segunda mala), dizem que estão tentando encontrar um ponto de equilíbrio. "As companhias de baixas tarifas não são imunes aos preços do petróleo", disse Robert Fornaro, presidente da AirTran.
A JetBlue alterou uma de suas normas originais para se tornar mais atraente aos viajantes de negócios. A partir de janeiro, ela introduziu passagens restituíveis, que, segundo ela, custam entre US$ 50 e US$ 100 a mais do que as passagens que não oferecem devolução. Elas são vendidas principalmente a viajantes de negócios.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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