São Paulo, quarta-feira, 29 de julho de 2009

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Mercado tem pausa, Bolsa recua 0,14% e dólar sobe

Nos EUA, piora na confiança do consumidor desagrada

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após as marcas relevantes atingidas na segunda-feira, o mercado financeiro deu uma pausa ontem. Em dia de agenda econômica fraca, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou as operações com recuo de 0,14%, enquanto o dólar subiu 0,37%, para R$ 1,882.
No pregão de anteontem, a Bolsa brasileira havia retornado ao nível anterior ao agravamento da crise internacional, que ocorreu em setembro passado. No ajuste de ontem, teve grande relevância a depreciação dos papéis da Petrobras.
O preço do barril de petróleo, que recuou 1,68% em Nova York, para US$ 67,23, não deu chances para as ações da petrolífera. O papel preferencial da Petrobras caiu 2,15%, e o ordinário, 2,01%. Essas ações responderam por 18% dos negócios de ontem.
Além do recuo do produto, os operadores comentaram que começa a ganhar força certo ceticismo em relação à futura produção na camada do pré-sal, o que também prejudicou o retorno dos papéis da maior empresa da Bolsa.
A divulgação do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos, que teve queda mais forte que as expectativas dos analistas, pesou para os resultados negativos.
As Bolsas de Valores terminaram em queda nos principais centros financeiros. Em Nova York, a baixa foi de 0,13%. Na Europa, as perdas foram mais fortes: Londres registrou desvalorização de 1,25%, e Frankfurt perdeu 1,46%.
Um dos balanços que desagradaram aos investidores ontem foi o apresentado pelo Deutsche Bank. O fato de a instituição financeira ter anunciado aumento de suas provisões para crédito duvidoso trouxe incertezas quanto aos riscos de elevação de calote. As ações do Deutsche caíram 10,35%.
Nos EUA, foi o balanço da US Steel, que teve prejuízo de US$ 392 milhões no trimestre, que colaborou para o clima negativo. Suas ações recuaram 2,23% em Wall Street.
A divulgação de balanços de companhias brasileiras começa a esquentar nos próximos dias. Hoje, sai o resultado trimestral da Vale. Na segunda-feira, é a vez de o Bradesco apresentar seus números.
A Bovespa demonstrou durante o pregão de ontem que o apetite pelos papéis brasileiros se mantém. Quando o índice Ibovespa (das 64 ações de maior liquidez) bateu na mínima do dia, com recuo de 1,41%, a tendência compradora ganhou força e quase levou a Bolsa para o azul.
Fora do Ibovespa, as ações do setor de construção civil atraíram os investidores.
A expectativa de que possam ser beneficiadas pelos programas do governo fez com que os papéis das empresas do segmento se destacassem em um dia fraco para a Bolsa.
No setor, a ação ON da Abyara apareceu no topo, com valorização de 11,86%, seguida por Klabin Segall ON (alta de 11,74%) e Tenda ON (10,90%).
Apesar do recuo de ontem, a Bolsa segue firme como destaque no mês, com apreciação acumulada de 5,84%.
O dólar, na outra ponta, aparece com depreciação de 4,18% em julho. A moeda norte-americana chegou a ser negociada ontem a R$ 1,874, levemente abaixo da cotação de segunda-feira (R$ 1,875), que foi a menor desde setembro de 2008.


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