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Investidor diz
que pode voltar a atuar na Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
O investidor libanês naturalizado brasileiro Naji Nahas era um dos homens mais
ricos da América Latina no
final da década de 1980,
quando um escândalo financeiro impôs a ele a alcunha
de megaespeculador e um
prejuízo que, hoje, ficaria
próximo a US$ 7 bilhões.
Nahas recusa o rótulo e
avisa que pode voltar a operar no mercado financeiro.
"Sou inocente. Não existe no
mundo caso de alguém que
especule com blue chips
[ações de companhias grandes], como era meu caso.
Além disso, nunca me meti
em negócios com dinheiro
público. Paguei todas as dívidas", disse ele.
Em 1989, a empresa Selecta
Comércio e Indústria, de
Nahas, passou à Bolsa de Valores do Rio um cheque sem
fundos no valor de 38 milhões de cruzados, a moeda
brasileira usada no período.
Naquele tempo, Nahas
controlava um grupo de 25
empresas e era dono de 7%
da Petrobras e 12% da Companhia Vale do Rio Doce, as
duas maiores empresas do
país.
Pelo negócio com a Bolsa,
Nahas foi condenado em
1997 a 24 anos e oito meses
de prisão, mas a sentença foi
anulada.
Segundo ele, o problema
aconteceu porque as regras
da Bolsa foram alteradas de
uma hora para outra.
Questionado se foi responsável pela quebra da Bolsa
do Rio, Nahas disse: "Em
primeiro lugar, a Bolsa não
quebrou porque não pagou
ninguém. Ela cancelou as
operações. Quem perdeu fui
eu, que vi minhas ações da
Petrobras e da Vale virarem
pó. Em segundo lugar, não
tinha nem viúva nem órfão
nesse jogo. Os maiores bancos do mundo haviam me financiado com base em garantias, e elas foram executadas".
Fluente em sete línguas,
Nahas é hoje consultor de
várias multinacionais interessadas em investir no Brasil, país no qual vive desde
1969. Não gosta de falar sobre as novas atividades.
Ele afirma acreditar no
Brasil e estar otimista quanto às oportunidades de investimento oferecidas pelo
país. "Passei todos esses
anos trazendo investidores
para cá e, ainda hoje, se alguém me pede um conselho,
digo para investir no Brasil",
afirma Nahas.
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