São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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Deputados ainda demonstram resistência à aprovação de lei

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Após dias de incerteza sobre o apoio de congressistas ao plano da Casa Branca para resgatar Wall Street, líderes republicanos na Câmara dos Representantes anunciaram ontem que pressionariam a bancada a aprovar o projeto de lei, cuja votação estava prevista para a manhã de hoje.
Republicanos da Câmara formavam na última semana o grupo mais resistente ao pacote do governo dos EUA, devido ao apego ao antiintervencionismo e ao temor de desagradar aos seus eleitores semanas antes da eleição de novembro.
A tarde de domingo foi tensa, com vários deputados rebeldes reiterando rechaço ao plano. Só à noite o líder da minoria na Casa, John Boehner, e Eric Cantor, deputado que encabeçava os descontentes, manifestaram-se favoravelmente à aprovação.
"A lei mudou fundamentalmente desde sua versão inicial", disse Boehner, após uma reunião de duas horas, a portas fechadas, que foi encerrada por volta das 20h locais (21h em Brasília). "As pessoas comuns estarão protegidas."
Apesar do apoio, os líderes não foram capazes de garantir já terem acumulado o número de votos necessários para que a lei passe na Câmara, e a tarefa parecia difícil.
"Este não é o melhor acordo que podemos ter", disse o deputado republicano Darrell Issa pouco antes do apelo de seus correligionários pela aprovação. "Vou votar contra."
Também no Senado, onde republicanos são tradicionalmente mais pragmáticos e vinham demonstrando mais apoio ao resgate de Wall Street, reticentes ainda mantinham sua posição durante a tarde.
O senador Richard Shelby voltou a dizer que "sua posição [sobre o plano] é "não'".
Democratas, que vinham pressionando mais intensamente por um acordo, também enfrentaram dissenso. À tarde, o deputado Dennis Kucinich disse, que "se os votos necessários para aprovação estivessem garantidos, a lei estaria sendo votada agora". "Eles não tem votos suficientes."
Kucinich pediu mais tempo para discussões. "Não vimos os registros dessas pessoas que dizem estar falindo. Fizeram-nos aprovar correndo a Guerra do Iraque e olhe aí o que aconteceu: catástrofe."
Se passar na Câmara hoje, o pacote deverá chegar ao Senado na quarta-feira.


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