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Deputados ainda demonstram resistência à aprovação de lei
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Após dias de incerteza sobre
o apoio de congressistas ao plano da Casa Branca para resgatar Wall Street, líderes republicanos na Câmara dos Representantes anunciaram ontem
que pressionariam a bancada a
aprovar o projeto de lei, cuja
votação estava prevista para a
manhã de hoje.
Republicanos da Câmara formavam na última semana o
grupo mais resistente ao pacote
do governo dos EUA, devido ao
apego ao antiintervencionismo
e ao temor de desagradar aos
seus eleitores semanas antes da
eleição de novembro.
A tarde de domingo foi tensa,
com vários deputados rebeldes
reiterando rechaço ao plano. Só
à noite o líder da minoria na
Casa, John Boehner, e Eric
Cantor, deputado que encabeçava os descontentes, manifestaram-se favoravelmente à
aprovação.
"A lei mudou fundamentalmente desde sua versão inicial", disse Boehner, após uma
reunião de duas horas, a portas
fechadas, que foi encerrada por
volta das 20h locais (21h em
Brasília). "As pessoas comuns
estarão protegidas."
Apesar do apoio, os líderes
não foram capazes de garantir
já terem acumulado o número
de votos necessários para que a
lei passe na Câmara, e a tarefa
parecia difícil.
"Este não é o melhor acordo
que podemos ter", disse o deputado republicano Darrell Issa pouco antes do apelo de seus
correligionários pela aprovação. "Vou votar contra."
Também no Senado, onde republicanos são tradicionalmente mais pragmáticos e vinham demonstrando mais
apoio ao resgate de Wall Street,
reticentes ainda mantinham
sua posição durante a tarde.
O senador Richard Shelby
voltou a dizer que "sua posição
[sobre o plano] é "não'".
Democratas, que vinham
pressionando mais intensamente por um acordo, também
enfrentaram dissenso. À tarde,
o deputado Dennis Kucinich
disse, que "se os votos necessários para aprovação estivessem
garantidos, a lei estaria sendo
votada agora". "Eles não tem
votos suficientes."
Kucinich pediu mais tempo
para discussões. "Não vimos os
registros dessas pessoas que dizem estar falindo. Fizeram-nos
aprovar correndo a Guerra do
Iraque e olhe aí o que aconteceu: catástrofe."
Se passar na Câmara hoje, o
pacote deverá chegar ao Senado na quarta-feira.
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